Numa fuga automobilística, quando o bandido quer distrair a polícia, o que importa não é apenas dirigir rápido, mas, sim, com estratégia. Às vezes, essa estratégia envolve respeitar os limites de velocidade e não avançar o sinal vermelho para não despertar a atenção dos radares. É o que mostram os 15 primeiros minutos de Drive, longa que estreia nesta sexta-feira (2) e que já chega com a fama de ser o título cult do momento.
Essa eletrizante sequência é embalada por um tema composto por Cliff Martinez, ex-baterista do Red Hot Chili Peppers. Além dessa sutil e minimalista trilha, os outros únicos sons que ouvimos são os de sirenes, do rádio da polícia e da narração de um jogo de basquete.
Ingredientes mais do que suficientes para tirar o fôlego do espectador.
Baseado no romance noir homônimo de James Sallis, o filme conta a história de um piloto de carros que trabalha como dublê em filmes de ação e, à noite, é motorista de bandidos em fuga. “Você tem cinco minutos. Neste período, não importa o que acontecer, eu vou te esperar do lado de fora. Depois, é cada um por si. Eu não participo do roubo e não porto armas, eu só dirijo”, avisa o Piloto (papel de Ryan Gosling) a seus clientes. O Piloto não tem nome, nem no livro nem no filme.
Com direção de Nicolas Winding Refn, Drive se junta a outros icônicos títulos que têm o carro quase como protagonista. É o caso, por exemplo, de Corrida Contra o Destino (1971) e Taxi Driver (1976). E, mais recentemente, À Prova de Morte (2007), Machete (2010) e Fúria Sobre Rodas (2011). Se em cada um desses filmes há sempre um veículo de destaque - como o Dodge Challenger em Corrida Contra o Destino e Fúria Sobre Rodas, ou o Yellow Cab de Travis Bickle (Robert De Niro) em Taxi Driver -, em Drive, o xodó da vez é um Chevrolet Impala.