Quem nunca devorou um livro meladíssimo de momentos clichês em menos de uma semana (no auge de seus 14 anos ou bem mesmo no de seus 40)? E quem nunca esperou ansiosamente pela versão cinematográfica desse mesmo livro? E, ainda, quem nunca se acabou de chorar vendo projetados na tela gigante do cinema aqueles momentos que apertaram o coração no clímax do dito cujo livro? Pois então que atire o preconceito para o lado e corra à livraria ou à biblioteca mais próxima.
Foi assim ao menos que se sentiram Joana, Paula, Kevellen, Naiara, Paulo, Jéssica e muitos outros leitores do romance A culpa é das estrelas, de John Green, na estreia do longa de mesmo nome na noite da última quinta, no Cinemark. Era perceptível que boa parte do público tinha entre 12 e 15 anos sem fazer enquete ou precisar olhar para os rostos dos quem estavam na sala da sessão dublada, das 18h50, do mesmo dia. Antes do filme começar, o trailer de uma produção um tanto apimentada – em questões comportamentais – já levou os presentes a devaneios típicos de quem há pouco tempo ainda tampava os olhos com as próprias mãos quando duas pessoas se beijavam na televisão.
Os gritos e aplausos foram retomados ainda com mais ardor quando as luzes da sala foram apagadas, marcando o início do tão aguardado filme. E da mesma forma se prosseguiu quando Augustus – o mocinho, resumidamente – apareceu pela primeira vez. E também quando ele tirou na tela a blusa (impossível reproduzir por escrito o delírio vivenciado pelas adolescentes naquele momento). Uma sintonia incrível tomou conta do corpo dos espectadores durante as duas horas d’A culpa... Apesar de as algazarras se limitarem ao público jovem, as muitas cenas humorísticas e tocantes foram bem além da idade no quesito emoção.
Do meio para o fim do longa, soluços de choro e fungados era tudo que se podia ouvir. Bastava olhar para os lados ou para trás que olhos marejados, vermelhos e caras inchadas predominavam em todas as fileiras. E no fim da sessão, opinião unânime: o diretor Josh Boone conseguiu captar não apenas a essência do livro, como também reproduzir cenas e locações da mesma forma que Green as descreveu. “Com certeza vou querer ler de novo agora e comprar outros livros dele. E também assistir ao filme mais uma vez”, disse, entre risos e enxugamento de lágrimas, uma das muitas fãs conquistadas pelo best-seller na saída do filme.