Festival É Tudo Verdade começa em abril exibindo 109 filmes

O produtor musical Carlos Imperial (1935-1992), o artista plástico José Leonilson (1957-1993), o informante Edward Snowden e a atriz francesa Renée Falconetti (1892-1946) são algumas das personalidades perfiladas nos 109 filmes que serão exibidos no festival É Tudo Verdade.

Mostra de documentários mais importante do país, o evento chega em 2015 à sua 20ª edição. Em São Paulo, o festival abre no dia 9 de abril. No dia seguinte, abre no Rio. Em seguida, viaja para Belo Horizonte, Santos e Brasília.

Do total exibido, 16 filmes estarão em estreia mundial no É Tudo Verdade, incluindo "Eu Sou Carlos Imperial", de Renato Terra e Ricardo Calil, e "A Paixão de JL", de Carlos Nader, sobre Leonilson.

Em comemoração à sua segunda década de existência, a mostra contará com um programa especial chamado 20! Vinte aos Pares, que contará com 10 sessões de dois documentários que marcaram a trajetória da mostra ligados por alguma razão. É o caso, por exemplo, da exibição de "Santo Forte" (1999), de Eduardo Coutinho, seguida por "o Sicário-Quarto 164" (2010), de Gianfranco Rosi: ambos tratam de religiosidade.

"É difícil fazer 20 anos num país com instituições culturais tão precárias", disse Amir Labaki, organizador do festival, durante a apresentação do que haverá na edição, na manhã desta segunda (23). "Para a comemoração, buscamos um programa que não fosse autorreferente demais, mas que tratasse da história do documentário nos últimos 20 anos".

Durante o evento, Labaki também espera lançar o livro "Verdade de Cada Um", editado pela Cosac Naify, compilando ensaios de documentaristas que perpassam a história desse gênero cinematográfico.

A abertura da mostra se dará com sessão do inédito "Últimas Conversas", documentário que o cineasta Eduardo Coutinho realizava quando foi assassinado.

Vencedor do Oscar em documentário, "Cidadãoquatro", de Laura Poitras, sobre Edward Snowden, é um dois destaques, assim como "Chamas de Nitrato", que trata da atriz Renée Falconetti.

Outra novidade desta edição está na área dos curtas. Esta é a primeira edição em que os vencedores nesta categoria no É Tudo Verdade passam a se qualificar para o Oscar. "Terão via expressa para ser analisados pela Academia", diz Labaki.

Homenageado do ano, o documentarista Vladmir Carvalho ("O Homem de Areia", "O Evangelho segundo Teotônio") ganhará retrospectiva de seus filmes.