Um ex-executivo da Stratton Oakmont, empresa que foi retratada no filme "O Lobo de Wall Street", está processando o ator Leonardo DiCaprio e os produtores do longa por difamação. Andrew Greene, que foi o diretor jurídico da empresa nos anos 1990, entrou com a ação em 2014 afirmando que o personagem Nicky 'Rugrat' Koskoff (interpretado por P.J. Byrne) foi inspirado nele e que os crimes que ele comete no filme refletem negativamente na sua imagem.
Na última segunda-feira, 5, a revista "The Hollywood Reporter" obteve os depoimentos de DiCaprio e dos produtores. A defesa de Greene está argumentando que os atores e produtores fizeram uma pesquisa mal feita e, portanto, o que foi refletido no filme não condizia com a realidade.
"Eu fiz um tour de Wall Street, li o livro e observei as pessoas que andavam pela rua. Fora isso, não me lembro de mais nada", teria dito DiCaprio no depoimento, explicando como estudou o personagem que interpretou no longa, Jordan Belfort, então presidente da empresa.
Em seu depoimento, Martin Scorsese, diretor do filme, teria afirmado que não conversou com ninguém que era da companhia e baseou seu roteiro em um livro escrito pelo próprio Jordan Belfort.
A defesa de Greene afirmou que Belfort tem má reputação e tendência a contar mentiras e que seu livro provocaria uma má interpretação dos fatos. Os advogados ainda afirmam que, como ninguém que trabalhou na empresa foi consultado, o roteiro é falho e sujeito a cometer difamações e injúrias contra as pessoas nas quais os personagens foram inspirados.
Se os argumentos de Greene forem aceitos pela juíza, o caso deve ir a julgamento ainda neste ano.
"O Lobo de Wall Street" foi lançado em 2013 e chegou ao Brasil no ano seguinte. No filme, Jordan Belfort é um ambicioso corretor da Bolsa de Valores que cria um verdadeiro império, enriquecendo de forma rápida, porém ilegal.