Maratona do Festival Varilux começa nesta quinta; veja programação

17 filmes franceses dominam a programação alternativa dos cinema do Recife, a partir da próxima quinta-feira
Ernesto Barros
Publicado em 04/06/2019 às 6:35
17 filmes franceses dominam a programação alternativa dos cinema do Recife, a partir da próxima quinta-feira Foto: Bonfilm/Divulgação


Depois do Rio e de São Paulo, o Recife é a cidade que mais atrai público no Festival Varilux do Cinema Francês, que começa na próxima quinta-feira (6) e se estende por 14 dias, encerrando-se no dia 19. Duas salas de cinemas do Recife estão entre as mais visitadas pelos espectadores de todo o Brasil: o Moviemax Rosa e Silva, líder nas duas últimas edições, e o Cinema da Fundação, que ascendeu para o 4º lugar, na edição do ano passado. Para a nova edição, as apostas continuam em alta, com o festival voltando a mais de oitenta cidades brasileiras.

No Recife, a abertura oficial acontece na quarta-feira (5), no Cinema São Luiz, às 19h, com a pré-estreia, precedida de coquetel, da comédia romântica Amor à Segunda Vista, de Hugo Gélin. Também no mesmo dia, o Moviemax faz pré-estreia de três longas em suas salas. Na quinta, a programação do Varilux começa para valer, com sessões também no Cinemark RioMar e no Cinépolis Guararapes, em Jaboatão. Além do circuito comercial, sessões educativas e de democratização vão ganhar espaço em cinemas de rua de Triunfo, Caruaru, Afogados da Ingazeira e Jaboatão dos Guararapes, como também nas unidades do Sesc espalhadas pelo Estado.

Este ano, a produtora e distribuidora Bonfilm completa 10 anos à frente do Varilux, com uma audiência que já atingiu 1 milhão de espectadores. “Em 2010, o Festival era apresentado em nove cidades para 22 mil espectadores. No ano passado, desembarcou em 88 cidades e conquistou 180 mil espectadores, provando que o público para um cinema diferente é sempre mais numeroso”, analisa o diretor e curador do festival, o francês Christian Boudier.

Como sempre, a seleção dos filmes é bastante eclética, com um predomínio de comédias e dramas. Ao todo, são 16 longas-metragens da recente produção francesa, mais um clássico. Este ano, por acaso, haverá uma dobradinha entre o clássico escolhido e um dos filmes novos: para fazer eco à exibição de Cyrano Mon Amour, uma biografia do dramaturgo Edmond Rostand, os curadores não tiveram dúvida em promover a volta de Cyrano de Bergerac, de Jean-Paul Rappeneau, que fez um grande sucesso em 1990, tendo o ator Gérard Depardieu no papel-título.

No novo filme, dirigido por Alex Michalik, o dramaturgo é visto aos 20 e poucos anos, com duas filhas para criar e enfrentando um bloqueio criativo, quando tem a ideia para uma peça em verso sobre o espadachim e poeta Hector Savinien de Cyrano de Bergerac. Apesar do descrédito inicial, Edmond Rostand vai em frente com a biografia romantizada de Cyrano de Bergerac, que se tornou uma das peças mais famosas do teatro popular francês desde que foi encenada, em 1897.

Além da dupla homenagem a Edmond Rostand/Cyrano de Bergerac, o Varilux também aproveita para lembraR dos ideais da Revolução Francesa, que este ano comemora 230 anos, com a exibição do longa-metragem A Revolução em Paris, um afresco histórico de Pierre Schoeller, que tem como estrela a atriz Adèle Haenel, porta-bandeira da revolta das mulheres e inspiradora do cartaz do Varilux 2019. No filme, personagens históricas, que lutaram pela liberdade, igualdade e fraternidade, se misturam à figuras populares que se perderam no tempo e não entraram nos anais da revolução.

Outro destaque do festival, talvez o filme mais badalado da edição deste ano, é o longa-metragem baseado em fatos reais Graças a Deus, de François Ozon, vencedor do Urso de Prata do Festival de Berlim, realizado em fevereiro passado. O filme faz uma minuciosa reconstituição do processo movido por homens que foram abusados, quando crianças, por um padre da cidade de Lyon.
As comédias continuam em alta, com destaque para Meu Bebé e a nova animação Asterix e o Segredo da Poção Mágica. Mais francês do que isso, impossível!

PROGRAMAÇÃO 

Amor à Segunda Vista (Mon Inconnue), de Hugo Gélin. Com François Civil, Joséphine Japy, Benjamin Lavernhe. 2019. Comédia. 12 anos. Sinopse: Da noite para o dia, Raphaël se vê mergulhado num mundo no qual nunca encontrou Olivia, mulher da sua vida. Como ele vai fazer para reconquistar sua mulher, que se tornou uma perfeita desconhecida?
Asterix e o Segredo da Poção Mágica (Astérix – Le Secret de la Potion Magique). De Louis Clichy e Alexandre Astier. Versão dublada com a voz de Gregório Duvivier (Asterix) e versão legendada. 2019. Animação. Livre. Classificação Indicativa: Livre. Sinopse: Asterix e Obelix precisam ajudar o velho druida Panoramix a encontrar um novo guardião para a poção mágica da Gália. Durante a viagem pela região, eles devem impedir que a receita mágica caia em mãos erradas, dando início a uma inesperada aventura.

Através do Fogo (Sauver ou Périr), de Frédéric Tellier. Com Pierre Niney, Anaïs Demoustier, Chloé Stefani. 2018. Drama. 14 anos. Sinopse: Franck é bombeiro de Paris. Ele salva pessoas, é feliz. Durante uma intervenção num incêndio, ele se sacrifica para salvar seus homens. Ao acordar num centro de tratamento de queimaduras graves, ele entende que seu rosto se derreteu nas chamas. Ele terá que reaprender a viver e aceitar a ser salvo agora.

Boas Intenções (Les Bonnes Intentions), de De Gilles Legrand. Com Agnès Jaoui, Alban Ivanov, Tim Seyfi. 2018. Comédia dramática. 12 anos. Sinopse: Sempre envolvida em uma série de trabalhos humanitários, Isabelle, professora de francês, vê-se em concorrência no centro social no qual trabalha. Ela vai então levar seus alunos a fazerem um curso inusitado de alfabetização.

Cyrano Mon Amour (Edmond), de Alexis Michalik. Com Thomas Solivérès, Olivier Gourmet, Mathilde Seigner. 2019. Comédia dramática. 12 anos. Sinopse: Dezembro de 1897, Paris. Edmond Rostand ainda não completou 30 anos, mas já tem dois filhos e muitas angústias. Ele não escreve nada há dois anos. Desesperado por trabalho e há dois anos sem conseguir escrever, ele propõe ao renomado ator Constant Coquelin uma nova peça, uma comédia heroica, em verso. Ele começa a escrever essa peça na qual ninguém acredita. Por enquanto, ele só tem o título: Cyrano de Bergerac.

Os Dois Filhos de Joseph (Deux Fils), de Félix Moati. Com Vincent Lacoste, Benoît Poelvoorde, Mathieu Capella. 2018. Comédia dramática. 12 anos. Sinopse: Para Ivan, um menino de 13 anos, seu pai Joseph e seu irmão mais velho Joachim são os seus principais modelos de vida. Porém, em determinado momento os dois falham e o jovem percebe como pode ser ruim conhecê-los.

Filhas do Sol (Les Filles du Soleil), de Eva Husson. Com Golshifteh Farahani, Emmanuelle Bercot. 2018. Drama. 14 anos. Sinopse: Bahar é a comandante das Filhas do Sol, um batalhão composto apenas por mulheres curdas que atua ofensivamente na guerra do país. Ela e as suas soldadas estão prestes a entrar na cidade de Gordyene, local onde Bahar foi capturada uma vez no passado. Mathilde é uma jornalista francesa que está acompanhando o batalhão durante o ataque. O encontro entre as duas mulheres, dentro do cenário caótico que as cercam, irá mudar a vida de ambas permanentemente.

Finalmente Livres (En Liberté), de Pierre Salvadori. Com Adèle Haenel, Pio Marmai, Damien Bonnard. 2018. Comédia. 1h47. 14 anos. Sinopse: Yvonne, jovem inspetora de polícia, descobre que o marido, o capitão Santi, herói local morto em combate, não era o policial corajoso e íntegro que ela pensava, mas um verdadeiro bandido. Determinada a reparar os erros cometidos por ele, Yvonne cruza o caminho de Antoine, injustamente preso por Santi durante oito longos anos.

Graças a Deus (Grâce à Dieu), de François Ozon. Com Melvil Poupaud, Denis Ménochet, Swann Arlaud. 2019. Drama. 14 anos. Sinopse: Alexandre vive em Lyon com a esposa e os filhos. Um dia, ele descobre, por acaso, que o padre que abusou dele enquanto era escoteiro ainda prega junto às crianças. Ele inicia, então, um combate, ao qual se juntam, rapidamente, François e Emmanuel, também vítimas do padre, para “liberar a palavra” sobre o que sofreram e criam um grupo de apoio para aumentar a pressão na justiça por providências. Mas, eles terão que enfrentar todo o poder da cúpula da Igreja.

Um Homem Fiel (L’Homme Fidèle), de Louis Garrel. Com Laetitia Casta, Louis Garrel, Lily-Rose Depp. 2018. Comédia romântica. 12 anos. Sinopse: Marianne deixa Abel por Paul, seu melhor amigo e pai de seu futuro filho. Oito anos depois, Paul morre. Abel e Marianne voltam a namorar, despertando sentimentos de ciúmes tanto no filho de Marianne, Joseph, quanto na irmã de Paul, Eva, que secretamente ama Abel desde a infância.

Inocência Roubada (Les Chatouilles), de Andrea Bescond e Eric Metayer. Com Andrea Bescond, Karin Viard, Clovis Cornillac, Pierre Deladonchamps. 2018. Drama. 12 anos.
Sinopse: Aos oito anos, Odette gostava de pintar e desenhar, como toda criança inocente. Eventualmente, ela também brincava com os adultos, por isso não recusou participar de uma "guerra de cócegas" com um homem mais velho, amigo de seus pais. Anos depois, Odette é uma adulta assombrada pelos traumas da infância, algo que ela vem tentando esquecer através da dança, sua profissão.

Meu Bebê (Mon Bébé), de Lisa Azuelos. Com Sandrine Kiberlain, Thaïs Alessandrin, Victor Belmondo. 2019. Comédia dramática. 12 anos. Sinopse: Héloïse é mãe de três filhos. Jade, sua "caçulinha", acabou de fazer 18 anos e vai sair do ninho para continuar seus estudos no Canadá. Ela se lembra dos momentos compartilhados, de uma terna e profunda relação mãe-filha e antecipa tanto a partida que vai se esquecer de viver o presente.

O Mistério de Henri Pick (Le Mystère Henri Pick), de Rémi Bezançon. Com Fabrice Luchini, Camille Cottin, Alice Isaaz. 2019. Comédia. 12 anos. Sinopse: Em uma estranha biblioteca no coração da Bretanha, uma jovem editora descobre um manuscrito extraordinário que imediatamente decide publicar. O romance se torna um bestseller. Mas seu autor, Henri Pick, um fabricante de pizza bretão que morreu dois anos antes, nunca teria escrito nada além de suas listas de compras, segunda a viúva. Convencido de que se trata de uma fraude, um famoso crítico literário decide liderar a investigação.

O Professor Substituto (L’Heure de la Sortie), de Sébastien Marnier. Com Laurent Lafitte, Emmanuelle Bercot, Pascal Greggory. 2018. Drama/Thriller. 14 anos. Sinopse: Um professor, de um respeitado colégio, se joga da janela sob os olhares assustados de seus alunos. Seis deles não demonstram sentimento algum. Pierre, o professor substituto de francês, rapidamente nota o comportamento estranho deste grupo de seis alunos, que são extraordinariamente inteligentes e admirados por todos os professores. Da curiosidade à obsessão, Pierre tentará descobrir o segredo destes jovens.

Quem Você Pensa que Sou (Celle que vous croyez), de Safy Nebbou. Com Juliette Binoche, François Civil, Nicole Garcia. 2019. Drama. 12 anos. Sinopse: Desconfiada de seu marido Ludo, Claire Millaud, de 50 anos, decide criar um perfil falso em uma rede social. Lá, ela atende por Clara, uma bela jovem de 24 anos. Alex, amigo do seu marido, é uma das pessoas com a qual o avatar interage. O homem acaba se apaixonando por Clara, enquanto Claire, por trás das telas, também nutre um sentimento de amor por Alex. Apesar de tudo se desenrolar no mundo virtual, as emoções evocadas são bastante reais, e podem trazer complicações para ambos.

A Revolução em Paris (Un Peuple et Son Roi), de Pierre Schoeller. Com Gaspard Ulliel, Adèle Haenel, Olivier Gourmet, Louis Garrel, Izïa Higelin, Noémie Lvovsky, Laurent Lafitte. 2018. Drama histórico. 14 anos. Sinopse: Em 1789, sob o reinado de Luís XVI, o povo francês rebela-se contra a monarquia e exige uma transformação na sociedade baseada nos princípios de liberdade, igualdade e fraternidade. Un Peuple et Son Roi cruza os destinos de homens e de mulheres comuns com figuras históricas. No meio da história, há o destino do rei e o surgimento da República.

Cyrano de Bergerac (Cyrano), de Jean-Paul Rappeneau. Com Gérard Depardieu, Anne Brochet, Vincent Perez, Jacques Weber. 1990. Comédia dramática. 12 anos. Sinopse: Poeta sentimental, filósofo emotivo e dualista hábil, Cyrano é apaixonado pela bela Roxanne, mas não a paquera por vergonha do seu grande nariz. Ao invés disso, ele escreve cartas de amor para o lento, mas charmoso Christian para que ele conquiste a mão da donzela. Ela acaba se apaixonando perdidamente pelo autor, mas não sabe que foram escritas por Cyrano.

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