20 Anos de Chiquititas: o sucesso das crianças mais amadas do Brasil

Há duas décadas estreava na tela do SBT a versão brasileira da novela argentina que conquistou adultos e crianças
Robson Gomes
Publicado em 28/07/2017 às 5:00
Há duas décadas estreava na tela do SBT a versão brasileira da novela argentina que conquistou adultos e crianças Foto: Foto: Reprodução


Tudo se transformou com magia há exatos 20 anos, na noite do dia 28 de julho de 1997, quando oito simpáticas meninas apareceram na tela do SBT/TV Jornal pela primeira vez, entoando os primeiros versos de Remexe. Mal as crianças de casa sabiam que Mili, Pata, Bia, Tati, Vivi, Cris, Dani e Ana seriam nomes tão marcantes pelos quase quatro anos que aquela novelinha ficaria no ar. Como se não bastasse, ainda aprendemos a chamá-las de uma forma mais que especial. Afinal, mais que pequeninas, elas eram as Chiquititas, palavra em espanhol que virou título da trama.

A novela havia sido concebida na Argentina pela consagrada autora Cris Morena – que depois dela, também criaria os sucessos Rebelde e Floribella. A aproximação com a terra do tango estava apenas começando: apesar de ser uma trama produzida para o Brasil, todo o elenco foi para Buenos Aires, pois a história era gravada nos estúdios do canal Telefe, ao mesmo tempo em que eram produzidas as versões portenha e mexicana.

A história das crianças do Orfanato Raio de Luz cativou o público brasileiro. Foram cinco temporadas, que juntas contabilizaram exatos 807 capítulos. Seis discos foram lançados com a trilha da trama, totalizando 56 músicas originais (versionadas do espanhol) que venderam como água. As coreografias e figurinos foram largamente copiados no País e shows sempre lotados. Impulsionou venda de bonecas, revistas e chicletes com os personagens. O elenco ficou conhecido e marcado pela novela até os dias atuais. E no ano de 1999, uma seleção de elenco aqui no Recife para a terceira temporada arrastou cerca de 6 mil crianças para a Rua do Lima – onde fica a sede da TV Jornal – para se submeterem aos testes e conquistarem uma vaga no seleto grupo de “crianças mais amadas do Brasil”.

SUCESSO QUE MARCOU UMA GERAÇÃO

O Jornal do Commercio conseguiu conversar com algumas atrizes que fizeram parte desse fenômeno da TV. Entre elas, está Fernanda Souza, talvez a personagem mais marcante, que deu vida à doce órfã Mili, protagonista da trama. Ela relembrou com carinho o período em que fez parte da novelinha. “Chiquititas foi a minha segunda novela, mas a primeira com um volume grande de trabalho. Então eu tive todo aquele aprendizado de primeira novela que se resume a praticamente tudo: uma quantidade grande de texto para decorar, a responsabilidade do trabalho com o colégio (na Argentina), com os horários, aprender a se posicionar para a câmera, para a luz, entender um pouco da continuidade – não só da roupa da personagem, mas a continuidade das emoções. Passei por situações muito adversas na novela: fiz duas personagens num determinado momento, a Mili e a Açucena; depois fiquei cega na novela – o que já era uma outra dificuldade para uma menina de 13 anos; a primeira vez que dei um beijo em cena... Foram muitas cenas diferentes que me trouxeram um aprendizado muito grande”, comentou.

Para Aretha Oliveira, que interpretou a geniosa Pata, Chiquititas se destacava pela mensagem que levava às crianças: “A novela passava uma mensagem muito bonita. Talvez até por isso ela tenha sido tão especial na infância das pessoas. Mensagens como acreditar em si, que juntos somos mais fortes e acreditar num sonho. Era um pouco de magia, mas uma magia muito real em ver que tudo isso é possível”.

Sthefany Brito, que entrou na penúltima temporada como a vilã Hannelore, revelou que os bastidores eram muito divertidos. “Eu fica chateada quando não tinha gravação, na verdade. Porque não via como trabalho mas como uma grande diversão”, afirmou.

As crianças do orfanato tinham na doce diretora Carolina, personagem de Flávia Monteiro, o seu porto seguro. A atriz também não esconde a felicidade de ter feito parte desta história. “Foram quatro anos intensos. A gente falava que vivia num mundo paralelo. Era um trabalho diário que tinha música, canto, ensaios, decorar textos, gravações, clipes, shows, revistas... Mas era muito divertido. A gente via o quanto éramos felizes e sabíamos”, concluiu.

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