A combinação de macacões vermelhos com máscaras de Salvador Dalí se tornou conhecida para o público de séries em vários locais do mundo com a estreia de La Casa de Papel na Netflix em dezembro de 2017. A produção de Álex Pina para a rede de televisão espanhola Antena 3 estreou em maio daquele ano e conquistou diversos fãs. A segunda parte da primeira temporada, mais rápida que a anterior, chega à plataforma de streaming nesta sexta-feira (6/4).
Os primeiros treze episódios, recheados com vários flashbacks, foram considerados longos por alguns. Mas o intrincado plano elaborado pelo Professor (Álvaro Morte) prendeu a atenção de muita gente. Em vários momentos da série, quando parece que o personagem perdeu o controle da situação, há uma reviravolta (o que não quer dizer que o grupo de assaltantes/sequestradores não sofra nenhum revés).
Para isso foi fundamental construir um grupo de personagens interessantes. Isso permite distribuir entre eles certas ações importantes para o roteiro e explorar o modo como cada um foi parar naquela situação, sejam eles uma sequestradora despachada como Nairóbi (Alba Flores), o cínico Berlin (Pedro Alonso) ou um reféns como Arturito (Enrique Arce) e Mônica (Esther Acebo).
Ainda que o meticuloso Professor e a investigadora Raquel (Itziar Ituño) tenham destaque nos lados opostos da situação, essa mudança de foco entre os personagens dentro e fora da Casa da Moeda torna a história mais abrangente. Também confere momentos de alívio à narrativa, já que a tensão dos dias de sequestro poderia resultar em algo angustiante demais ou uma sequência de tiros e explosões.
A série consegue alternar momentos de ação com outros mais focados nos dramas humanos, nas fragilidades, poderes, dúvidas e decisões daquele grupo de pessoas.
Quando a primeira parte de La Casa de Papel chega ao fim, o Professor está em uma situação crítica: Cercado por policiais na frente da casa que funcionou como um centro de treinamento para o grupo dele tomar a Casa da Moeda. O modo como a história é retomada mostra que, apesar da tensão, ele ainda não perdeu o controle e está pensando em como dar o próximo passo.
O problema é que, com a distância, a comunicação dele com os demais integrantes do grupo foi interrompida. Sem notícias por telefone, e sem sinal de TV, alguns personagens desse núcleo cogitam a necessidade de fazer algo radical para sair dali. Assim o grupo se polariza entre as opiniões de Berlin (Pedro Alonso) e Tokyo (Úrsula Corberó), com uma tensão crescente entre os dois.
Tokyo se rebela contra ele e decide tentar sair dali. Rio (Miguel Herrán) continua ao lado da namorada. A questão é que Berlin não está fora do jogo e, por conta própria, expulsa Tokyo da Casa da Moeda. Ela é presa, obviamente, e utiliza o que aprendeu com o Professor para conseguir ganhar tempo - algo fundamental para o grupo de ladrões e para a polícia naquela situação.
Tudo isso acontece nos primeiros dois capítulos. O grupo ainda tem mais uma chance de entrar em contato com o Professor, a quarta ligação telefônica nas 24 horas planejadas por ele. Se o personagem não reaparecer, eles precisam colocar em prática o Plano Chernobyl. A questão é que só Berlin sabe do que se trata.