No dia 4 de junho de 1994, estreava na TV Globo o programa Xuxa Park, apresentado por Xuxa Meneghel. Dedicado ao público infantojuvenil nas manhãs de sábado, o programa ficou no ar até janeiro de 2001, quando teve sua trajetória interrompida por um incêndio que gerou pânico nas 300 pessoas que ocupavam o estúdio F do Projac, no Rio de Janeiro.
Segundo informações do portal Memória Globo, Xuxa Park era dividido em oito blocos, tinha quatro horas de duração e misturava brincadeiras, números musicais e desenhos animados.
Com direção geral de Marlene Mattos, o horário de exibição do programa variou ao longo dos anos. Em janeiro de 1995, Xuxa Park passou a dividir as manhãs de sábado com o infantil TV Colosso (1993), sendo exibido a partir das 10h45. Em abril de 1995, o horário foi alterado para as 9h50; e em julho de 1996, o programa passou a ser transmitido a partir das 9h.
Xuxa Park contava com um animado auditório, além das crianças que ficavam no palco ao redor da apresentadora. Para garantir a organização e a animação do programa, Xuxa contava com a participação das Paquitas, ajudantes que se consagraram no programa Xou da Xuxa (1986); das gêmeas Roberta e Mariana Richard, as Irmãs Metralha, que também já haviam trabalhado em outros programas da apresentadora; e do Gênio Eugênio (Paolo Pacelli), o novo personagem da turma.
Ainda de acordo com o Memória Globo, Xuxa Park era inteiramente gravado no Teatro Fênix, no bairro do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro. O cenário inicial abrigava um moderno parque de diversões, cheio de luzes, túneis, naves espaciais e brinquedos que giravam em todas as direções. Xuxa descia de um elevador em forma de disco voador. Ao fundo, havia um palácio de cristal.
Em 1995, os cenários foram modificados. O palácio de cristal, no entanto, continuou sendo a principal referência. A novidade era a realização das brincadeiras nos jardins do palácio. Foi também construído um chafariz em volta de uma pira, simbolizando os elementos naturais fogo e água. Para entrar em cena, Xuxa saía de dentro de uma pirâmide.
Em setembro de 1999, os cenários do Xuxa Park foram reformulados, a começar pelo tamanho. O programa passou a ser gravado no Projac, em Jacarepaguá, e todo o espaço do estúdio foi utilizado, deixando apenas pequenos acessos laterais. O cenógrafo João Cardoso, responsável pela cenografia da atração, recobriu o espaço – que tinha cerca de 1.000m² com 20m de altura – com painéis coloridos que lembravam outros planetas onde se espalhavam brinquedos.
O cenário tinha um estilo futurista e sua concepção foi baseada na proximidade do novo milênio. Na barriga de um dragão foi colocada uma grande cama elástica, coberta com bolas de plástico, e o trenzinho que passeava ao redor do parque se transformou em pequenas naves espaciais presas aos trilhos. A nave da apresentadora surgia de dentro de uma abóbada de luzes, saindo do chão, como se estivesse chegando ao planeta.
O sucesso do Xuxa Park foi interrompido abruptamente numa quinta-feira, no dia 11 de janeiro de 2001, quando um incêndio causado por um curto-circuito interrompeu a gravação do último bloco do programa, no estúdio F do Projac, ferindo 26 pessoas. Segundo o portal Memória Globo, o fogo destruiu os cenários da atração, gerando pânico entre as 300 pessoas que estavam no estúdio – entre elas, 200 crianças.
Xuxa gravava o último bloco do programa e dançava em cena, sem perceber o fogo ao fundo do estúdio, quando os bombeiros e seguranças começaram a agir. As vítimas sofreram queimaduras de primeiro, segundo e terceiro graus. Os casos mais graves foram os de Thamires Gomes Valleja, de 7 anos, que ficou presa numa roda-gigante, e de Leonilson Vieira, segurança particular de Xuxa, que resgatou a menina e outras crianças. Ambos se recuperaram dos ferimentos depois de um longo período de internação e operações plásticas custeadas pela Rede Globo.
Após o acidente, o Xuxa Park foi substituído pelo Festival de Desenhos no sábado seguinte (13/01/2001), sem a apresentadora, e nunca mais voltou ao ar.