Minutos após Ana Maria Braga anunciar seu diagnóstico de câncer de pulmão, a internet se uniu em comoção. Com mensagens, orações ou energia positiva, admiradores lamentam o retorno da doença e desejam melhoras à apresentadora. 'Ana Maria' e 'Mais Você' já são os assuntos mais comentados do Twitter no Brasil.
A global contou a triste novidade no final da manhã desta segunda-feira, 27, durante o programa Mais Você, na TV Globo, comandado por ela há 21 anos. Ela explicou que pediu um tempo à produção para conversar com os telespectadores. "Não consigo fazer diferente", disse Ana, se referindo à relação íntima que possui com o público.
Segundo Ana Maria, ela foi diagnosticada com adenocarcinoma, "que é mais agressivo e não é passivo de cirurgia ou radioterapia", e, no dia 24 de janeiro, já recebeu o primeiro ciclo de tratamento, em uma combinação de quimioterapia e imunoterapia, em um hospital de São Paulo.
"Antes de eu encerrar o programa, eu pedi um tempinho para conversar com você de casa. Como sempre faço, todas as coisas que fazem parte do meu dia-a-dia e que podem modificar nossa relação - a minha, desse lado, e a sua, do outro lado - você que me acompanha há bastante tempo, sabe bem disso, eu não consigo fazer diferente do que isso que vou fazer agora. Quero muito agradecer a oportunidade que a Globo e os dirigentes estão me dando de me permitirem ser a Ana Maria que sou, a amiga que sou, e por serem tão meus amigos me permitirem também ser da forma que sempre fui. Há 20 anos na Globo, sempre recebi o maior apoio de todo mundo e é uma notícia importante se faz parte da minha vida e é importante para mim. E eu quero dividir com aquelas pessoas que me fazem estar aqui, que são vocês aí do outro lado, que me dão oportunidade de estar aqui todos os dias. Porque se você não estiver comigo aí do outro lado, não tem porque a Globo me manter aqui, ou qualquer empresa, na verdade.
Só recordando um pouquinho, eu tive dois pequenos cânceres de pulmão no passado, e vocês me deram força. Um foi operado, e outro foi tratado com radio cirurgia. Agora, infelizmente, fui diagnosticada com outro câncer de pulmão, é um adenocarcinoma, o nome científico dele. É semelhante aos outros, mas é mais agressivo e não é passível de cirurgia ou de radioterapia. Então, eu descobri esse novo câncer no começo do ano, eu já estava sabendo disso há algum tempo, antes de vir aqui já com o encaminhamento que vou ter no meu tratamento. Já no dia 24 de janeiro, no dia do casamento da minha filha, eu recebi o primeiro ciclo de tratamento, que constitui em uma combinação de quimioterapia com imunoterapia no Hospital BP Mirante, lá em São Paulo. Eu não sabia, na verdade, se eu iria conseguir chegar aqui hoje, porque quando se faz uma quimioterapia e uma imunoterapia, como é meu tratamento agora, tem efeitos colaterais - não vai cair o cabelo, porque a quimioterapia é diferente, evoluiu - mas tem sintomas que quem faz quimioterapia ou já conviveu com alguém que fez sabe, e é por isso que eu queria falar com vocês, aí de casa, [porque] tem dias que você fica mais sensível, e a imunoterapia pode ocasionar isso.
Quem está me tratando é meu médico de sempre, doutor [Antonio Carlos] Buzaid. Ele disse que entrou nessa briga comigo da mesma forma que entrou nas outras: entrou para ganhar. E eu não tenho dúvida nenhuma que vou ganhar mais essa briga, mas eu queria muito contar com vocês aí do outro lado porque em alguns dias, eventualmente, eu não sei o que me reserva. Eu vou fazer mais alguns ciclos de imunoterapia e quimioterapia, minha aplicação é de 21 em 21 dias, eu fiz a última agora na sexta e vou fazer a próxima dia 14, e o remédio age nesse período. E temos férias também - só para não ficarem dizendo - nós tínhamos férias marcadas para o dia 7 agora de fevereiro, numa sexta-feira, nós tiramos três semanas de férias merecidas, do ano todo, e a gente volta depois do carnaval. Eu espero poder estar aqui com vocês até o dia 7, todos os dias, e vou estar, se já estou tão bem já na primeira [sessão de tratamento] e quero contar com sua força aí do outro lado, seu carinho, como sempre, e as suas orações, principalmente que sempre me ajudaram muito. E a vida continua normal, eu tenho muita fé e uma força que vem de Deus, e acredito que vou sair dessa com certeza, e vou estar dividindo com vocês esses momentos aqui, tá bom? Claro que se eu tiver estraçalhada não vou vir aqui, mas você vai ficar sabendo, enfim. Obrigada por todo o carinho sempre que vocês tiveram comigo e por todo respeito".
O adenocarcinoma, tumor que acomete a apresentadora Ana Maria Braga, é maligno, deriva de células glandulares e pode afetar quase todos os órgãos do corpo. No caso de Ana Maria, afetou o pulmão. Em geral é um tipo de câncer bastante agressivo e de difícil remoção cirúrgica, causando um diagnóstico bastante desfavorável.
O câncer de pulmão é o segundo mais comum entre homens e mulheres no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca). É o primeiro no mundo, desde 1985, tanto em incidência, quanto em mortalidade. Fazer uso de cigarro ou estar exposto passivamente à droga constituem fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de pulmão. Em 2018, no Brasil, foram 31.270 novos casos. A doença pode não apresentar sintomas, mas o paciente também pode manifestar tosse persistente, dor no peito, piora da falta de ar, pneumonia recorrente e escarro com sangue, segundo o Inca.