Uma baiana, de Salvador, que não gosta de axé, nem de Carnaval. Cantora que se apresenta mais para plateias europeias e americanas do que brasileiras. Virgínia Rodrigues, acompanhada pelo violonista Alex Mesquita, faz seu primeiro show de carreira no Recife, neste sábado, 21h, no Teatro Luiz Mendonça, no Parque Dona Lindú.
Virgínia Rodrigues em concerto, é um espetáculo que passou por três continentes, sem precisar mais do que a voz privilegiada da cantora, e o talento do violonista, de formação erudita, também baiano, Alex Mesquita. Ele é
professor de música da UFBA, formado em Berklee, e com um currículo que inclui Daniela Mercury, Caetano Veloso, Naná Vasconcelos, entre outros.
Sem lançar discos desde 2008, a ex-manicure e empregada doméstica Virginia Rodrigues montou um repertório com canções pinçadas de seus quatro discos, Sol negro (1997), Nós (2000), Mares profundos (2004), Recomeço (2008), todos com a marca do ecletismo da cantora, que gostar de escutar música o dia inteiro, e se queixa da progamação das rádios atuais: “Minha formação é do rádio. Eu ouvia de tudo no rádio. Podiam tocar Amado Batista e em seguida Bidu Sayão. Depois passaram a tocar um só tipo de música. As pessoas levaram uma lavagem cerebral, e se gostam desta música que ouve no rádio é porque não tiveram opção”, reclama.
Virgínia Rodrigues em concerto deve virar o quinto disco da cantora. Ela só deve acrescentar duas ou três canções. No mais, o repertório será praticamente o mesmo que canta hoje no Teatro Luiz Mendonça, uma seleção pautada pelo bom gosto: Todo sentimento (Chico Buarque/Cristóvão Bastos), os afro-sambas Canto de
Ossanha, Berimbau e Lamento de Exu (Baden Powell e Vinícius de Moraes), Noite de temporal (Dorival
Caymmi), e algumas que ainda não gravou Melodia sentimental (Heitor Villa-Lobos/Dora Vasconcelos), Amor meu grande amor (Angela Ro Ro), Esse seu olhar (Tom Jobim) e Juízo final (Nelson Cavaquinho).