Chega hoje, em todas as lojas “tradicionais” (ou não virtuais) do Brasil Oásis de Bethânia, novo disco da cantora Maria Bethânia – ou melhor, da intérprete, como ela mesma gosta de ser chamada. “Sou chata em relação a repertório. Neste, gravei 20 músicas pra poder chegar em 10”.
Oásis de Bethânia deverá agradar bastante aos fãs de Maria Bethânia, uma artista que procura se resguardar dos holofotes da mídia, mantendo-se sempre discreta, mas que é toda emoção, alma e peito aberto no estúdio e nos palcos.
Em todas as dez faixas do álbum, a intérprete deixa transparecer seu desejo firme de transformar as imagens que ela diz criar em sua mente em recados musicados destinados ao coração e emoldurados por um instrumental competente e sofisticado.
Entre as regravações, um dos destaques é O velho Francisco, composição de Chico Buarque, arranjada por Lenine. O cantor aparece imprimindo aquele seu jeito singular de tocar violão: de maneira ritmada e forte. Em sua nova forma, a música remete à estética de Olho de peixe, CD lançado por Lenine em parceria com o percussionista Marcos Susano, em 1992.
Nas inéditas e comoventes Vive (criada e arranjada por Djavan) e Casablanca (de Roque Ferreira), Maria Bethânia mostra porque é um das maiores cantoras do Brasil. É de impressionar a maneira como ela consegue passear perigosamente e com grande desenvoltura entre tons médios e graves, mas sempre mantendo os pés firmes na interpretação impecável.
Assista a trecho da entrevista coletiva com Maria Bethânia, realizada na quarta (24), no Rio de Janeiro:
Leia mais no Caderno C desta sexta (30).