Punk e metaleiro se destacam como construtores de instrumentos

Neilton, integrante do Devotos, constrói amplificadores e pedais
AD Luna
Publicado em 28/05/2012 às 6:05


No mesmo período em que começou a tocar guitarra - no início da formação do Devotos, em 1987 -, o inquieto Neilton não se conteve e, curioso, desmontou todo seu instrumento para saber como ele funcionava. Daí surgiu os primeiros passos do que hoje é a Altovolts - Grupo de Pesquisa de Tecnologias Mortas (www.altovolts.com).

A primeira parte do título dá nome aos super elogiados amplificadores e pedais de efeito para guitarras que Neilton - juntamente com os colegas Adriano Leão e Gilson Gerrard - desenvolvem em uma oficina montada no Alto José do Pinho, bairro periférico do Recife, localizado na Zona Norte da cidade.

“O que nós fazemos é artesanato eletrônico!”, enfatiza Neilton, explicando em boa medida o porquê do subtítulo de seu empreendimento. Além dessa característica artesanal, o músico destaca fatores como durabilidade, exclusividade dos desenhos e o fato de todos os amplificadores serem valvulados. Tais qualidades têm feito com que o trabalho de Neilton, Adriano e Gilson seja reconhecido por colegas músicos de Pernambuco e de fora do estado.

Na Iputinga, bairro da Zona Oeste recifense, um outro músico não satisfeito em apenas tocar sua guitarra tem sua oficina constantemente visitada por artistas dos mais diversos estilos: do forró até as vertentes mais pesadas do rock. Todos em busca dos serviços do luthier Metall, que ganhou o apelido nos tempos de colégio devido a sua paixão pelo heavy metal.

A sua história como reformador de guitarras, baixos e violões começou quando ele foi convidado a trabalhar na oficina do seu João Batista, 83 anos - que até hoje trabalha restaurando e fazendo a manutenção de instrumentos de integrantes da Orquestra Sinfônica do Recife, Conservatório Pernambucano de Música e Orquestra Criança Cidadã.

Depois do período de aprendizado e trabalho, Metall decidiu seguir carreira solo. Sua oficina de restauração de instrumentos foi iniciada embaixo da mangueira da sua casa, em 2001. Hoje, juntamente com a sua irmã mais velha Cláudia Matos, Metall possui grande clientela e uma estrutura muito melhor do que as do tempo do pé de manga.

Ele está retomando a construção de guitarras e gravando seu primeiro disco solo, no estúdio Cazona, que deve ser lançado até o fim do ano. Para saber mais sobre o trabalho do luthier Metal, acesse www.metallguitars.com.

Leia mais no Caderno C desta segunda (28).

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