B Negão estreia nova casa de shows do Recife, Estelita

Local era um sonho do advogado e músico Davi Santiago. B Negão Trio sobe ao palco junto ao grupo pernambucano King Size
Valentine Herold
Publicado em 17/01/2014 às 6:50
Local era um sonho do advogado e músico Davi Santiago. B Negão Trio sobe ao palco junto ao grupo pernambucano King Size Foto: Foto: Felipe Diniz/Divulgação


Tudo, para Bernardo Santos, é uma questão de sintonia. Seja nos palcos ou nos estúdios, onde é mais conhecido como BNegão, ou ainda nos outros aspectos da sua vida, o carioca diz que um dia vai literalmente viver como as suas letras. “A parada é basicamente essa: quem quiser me conhecer, é só procurar ler minhas letras.” O artista desembarca hoje no Recife para inaugurar a nova casa de shows da cidade, a Estelita, com seu projeto BNegão Trio. 

Além do ex-vocalista da Planet Hemp, DJ Castro e Pedro Selector (que também pertence aos Seletores da Frequência, outra banda de BNegão) formam o grupo. BNegão Trio é, de certa forma, uma extensão da carreira dos Seletores da Frequência, só que em um formato mais eletrônico.

“Seguimos o mesmo princípio da música negra universal que faço com BNegão e os Seletores, só que digitalmente.Todas as músicas que a gente toca, por mais que sejam composições que já existem e o público já conhece, são sempre em um formato diferente, outros arranjos”, explica. Canções do Planet Hemp também fazem parte do repertório, além dos já conhecidas Funk até o caroço, Enxugando gelo ou Sintoniza lá, dos Seletores.

O formato do show segue o mesmo princípio dos outros trabalhos de BNegão: positividade e muita dança. Segundo ele, um “baile para fazer mexer os neurônios também.” O grupo pernambucano King Size, que amalgama ritmos jamaicanos com sintetizadores, é a outra atração da noite.

INAUGURAÇÃO

O sonho do Estelita nasceu do desejo do músico e advogado Davi Santiago, morto no início de 2013, após encostar em um fio desencapado no bairro de Setúbal. O sócio de Davi, Ricardo Leão, e a viúva, Kristín Santiago, decidiram, apesar da tragédia, tocar o projeto. 

Com capacidade para receber 380 pessoas, o Estelita chega como uma alternativa de médio porte e almejando preencher essa lacuna no Recife. Aberto de quinta a domingo, o espaço funciona também como bar e restaurante. “Queremos poder abrigar um cineclube, oficinas e integrar outras linguagens, como as artes plásticas”, diz Ricardo. “A ideia é trabalhar a cultura de uma forma mais ampla. As oficinas, por exemplo, podem ser de formação técnica, elaboração de projetos, captação de recursos.”

E a casa já está com mais eventos marcados. No próximo dia 25, é a vez da banda paulista Vespas Mandarina e da cearense Selvagens à Procura da Lei que estão em turnê pelo Nordeste.

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