O samba é alegria. À semelhança do ritmo, este sentimento também não há de morrer. Ao que depender da cantora Alcione, pelo menos, a felicidade estará presente enquanto existir uma roda de samba tocando na esquina. Nesta quinta (17), sexta (18) e sábado (19), a sambista apresenta, no palco do Manhattan Café Theatro, o repertório do álbum Eterna alegria, sempre às 21h.
Eterna alegria - gravado em estúdio e posteriormente ao vivo, para CD e DVD – é uma ode à versatilidade do samba, onde a cada faceta musical revela uma gargalhada ou até mesmo uma melancolia. “Essa é a grande picardia do samba... a variedade de levadas e de temas de construção”, diz a cantora. Exemplos disso são o samba-rock Produto brasileiro (Xande de Pilares/Brasil do Quintal/Gilson Bernini) e o samba de terreiro Ogum chorou que chorou (Arlindo Cruz). Maranhense que é, Alcione traz à tona o tambor de crioula em Chapéu de couro (domínio público/adaptação: Papete/Manuel Pacífico). Seguindo pelo Nordeste, a cultura pernambucana é representada no medley formado por composições do mestre Dominguinhos – Quem me levará sou eu (parceria com Manduka) e Contrato de separação (parceria com Anastácia), esta última interpretada ao lado do sanfoneiro Cezzinha. “Foi a vontade de homenagear esse grande músico e compositor, e aí lembrei de convidar Cezzinha para que ficasse ainda mais bonita”, explica Alcione.
Algumas músicas do disco carregam o espírito de Alcione, seja na visão de um amigo (como é o caso de Ê! ê!, de Zeca Pagodinho e Djavan) ou por autoidentificação da intérprete com a composição (A dona sou eu, de Nenéo e Paulinho Rezende).
Como lembrança da mãe, a Dona Felipa, Marrom escolheu borboletas para representar o novo álbum. “Minha mãe sempre dizia que borboletas trazem sorte, eram porta-vozes de boas notícias”, contou ao site da gravadora Biscoito Fino. Por sinal, a temática alegre foi escolhida em conjunto com a irmã Solange Nazareth, que é produtora e diretora dos seus shows. “Ela é uma força do meu trabalho”, arremata.