Caetano recebe visita de Maria Gadu na segunda noite do festival de MPB

Além do baiano, Lenine e Ana Carolina concentraram bom público
Bruno Albertim
Publicado em 15/12/2014 às 10:22


 O público foi chegando devagarinho no fim da tarde, mas no começo da noite já ocupavaum terço da arena com capacidade para 20 mil pessoas montada na área externa do Centro de Convenções de Pernambuco. Prata da casa, a dupla Nena e Ylana Queiroga abriu a segunda noite do Festival MPB, projeto que deve percorrer algumas capitais do País depois da estreia no Recife. Ylana e Nena Queiroga fizeram um show harmônico e potente.

De impressionar como mãe e filha, no palco, potencializam as performances uma da outra. Dançante e bem articulada foi a versão de Toda Surdez será castigada, da Nação Zumbi. Radiante também foi a versão de Trancelim, da pernambucana Isaar. Com direção do profícuo Yuri Queiroga, foi um show, além de tudo, familiar. O galego Lenine, de branco da cabeça aos pés e uma banda de aranjos limpidos e amplificados, botou o povo pra dançar e cantar uma após a outra, confirmando o hit maker que é. Um problema na mesa de luz atrasou em cerca de meia hora o começo do show de Lenine.

A mulher-festa Preta Gil foi o terceiro show da noite. Mostrou que já tem público cativo, com a letra de Sinais de fogo cantada pela plateia com emplogação, antes de decalcar vários sucessos dos anos 1980: como cantora, confirmou a boa animadora de auditório que é. Irreverente e militante, pediu também ao povo para se manifestar contra a homofobia. A radiofônicana Ana Carolina assumiu os serviços em seguida. O show começou morno, com batidas eletrônicas e canções ainda desconhecidas do público de seu último disco #AC, meio calado e ansioso e até começar o rosário de sucessos da parte final. A chuvinha rápida até ameaçou esfriar o público, mas não foi o bastante para debandar o povo gritando quase no automàtico as canções mais televisivas da cantora. Ela também fez uma versão meio debochada do chiclete radiofônico Periguete e da canção Sinais de fogo, o único sucesso autoral da amiga Preta Gil.

Fechou o show com a inevitável Garganta. A essa altura, Maria Gadu (que fez seu show no sábado) já tietava carinhosamente Caetano Veloso no backstage. O baiano apresentaria, em seguida, uma versão compacta do seu show Abraçaço, o terceiro da trilogia roqueira com quem vem rodando o País e que já passou três vezes por Pernambuco. Intercalou as canções do álbum novo com clássicos da carreira e, na metade da apresentação, convocou a pupila Gadu para o palco. Com várias trocas de beijos na boca e afagos, terçaram vozes em Leãozinho, Rapte-me cameloa e Luz de Tieta.

Seu Jorge fechou a noite com quase pagode repertório de Música pra churrasco. Produtora do festival ao lado de Augusto Aciolly e da esposa de Gil Flora Gil, Carla Besousan disse que uma nova edição do festival vai acontecer no próximo ano. A boa estrutura e organização das áreas de convivência e banheiros fizeram, para além do musical, do festival uma experiência bastante agradável.

 

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