Enquanto o saxofonista Leo Gandelman encerrava a primeira noite do Gravatá Jazz Festival, com Maracatu Atômico, de Jorge Mautner (na versão de Chico Science), começa na avenida ao lado do palco o desfile do centenário Zé Pereira da cidade, com um trio elétrico atacando de Leão do Norte, a já clássica canção de Lenine e Paulo César Pinheiro.
Bem diferente do ano passado, na primeira edição do evento em Gravatá, quando o Zé Pereira saiu atrapalhando o show de abertura do festival. Neste sábado foi tudo impecável, do policiamento ao comportamento do público, em grande parte de gente que vem à Gravatá para fugir do Carnaval, e claro, os três shows de uma noite em que o prefeito da cidade, Joaquim Neto (PSDB), aniversariava e abriu o festival afirmando que durante sua gestão (está no primeiro mandato) o evento está garantido.
Dasta Gomes & The Smokin Snakes, banda de rock-a-billy de Natal, cujas credenciais inclui participação no maior festival do gênero nos EUA, o Viva Las Vegas Rock-a-Billy Weekender abriu o festival. O grupo foi de músicas autorais, a standards de Elvis Presley, Carl Perkins e Bill Halley and the Comets, com participação especial de Joanatan Richard, o hillbilly de Caruaru, que lançou recentemente um EP em vinil de rock-a-billy
Em tempos de celebridades, os artistas mais assediados foram o saxofonista Derico, que tocava na banda do Programa do Jô, na TV, e a ex-ídolo infantil, do Trem da Alegria, Patrícia Marx, convidados da Uptown Band, do baterista, e curador do Gravatá Jazz Festival, Giovanni Papaleo. Derico Ciotti é um grande saxofonista, cujo talento vai muito além da fama de “assessor para assuntos aleatórios” de Jô Soares.
O mesmo para Patrícia Marx, que foi de Mister Cellie’s Blues (tema do filme A Cor Púrpura) a Tom Jobim (homenagem ao 90 anos do compositor), até Summertime, dos irmãos Gershwin,
Léo Gandelman, com uma banda azeitada, mostrou seu lado mais jazz, de muito improviso, e muito bom humor, terminando o show tentando levantar a plateia, que não arredou pé até o final, com uma levada de maracatu no Maracatu Atômico, enxertando na quadrinha "viva eu, tu, viva o rabo do tatu, o frevo e o maracatu".