A quarta e última noite do Gravatá Jazz Festival 2018 foi aberta com participação especial do guitarrista recifense Guilherme Teles, um set acústico com músicas autorais e standards do jazz e do folk. O público ainda era pequeno porque a apresentação começou meia hora antes do início previsto pela programação do evento, marcado para às 20h.
Batizado de Divas, o projeto que reuniu as cantoras Rhaissa Bittar; Taryn Szpilman e a inglesa Bex Marshall fundiu três estilos que casaram bem quando cantados a três vozes, mas que se destacaram individualmente. Da nova safra da MPB, Rhaissa Bittar é mais conhecida por causa de um comercial da Mapfre incessantemente veiculado na TV e no rádio (“Se tem Mapfre, tem jeito”), mas seu talento vai além desse tipo de música.
Taryn Szpilman, já conhecida por quem acompanha o festival, faz o tipo nightclub, canta qualquer estilo. Taryn também participou à tarde do Jazz Kids, levando as crianças a cobrarem sua interpretação da canção do filme Frozen, que tem a música-tema, Let It Go, dublada por ela, com o título de Livre Estou. No palco do Gravatá Jazz Festival, armado na praça Chucre Zarzar, ela prestou uma homenagem a Elis Regina e Belchior, com uma interpretação de Como os Nossos Pais.
O melhor do bloco foi as três cantando juntas músicas como Proud Mary, de John Fogerty. As cantoras foram acompanhadas por um power trio formado por Jackson (bateria), Ed Staudinger (teclados) e Fred Sunwalk (guitarra).
ROCK
No terceiro ano em Gravatá, o festival já está atraindo muita gente jovem, que descobriu que jazz não é um tipo de música que os tios escutam. E bandas feito a Allycats contribuem para esta mudança com rock and roll e rock-a-billy vintage: Buddy Holly, Jerry Lee Lewis e, claro, Elvis Presley. Na parte externa da tenda, o pessoal brincava o Carnaval ao som do rock caipira. A Allycats, que abriu o show com labaredas projetadas no telão, esquentou a noite gravataense com participação de Ed Staudinger e Sérgio Kyrillos, carnavalizando a noite com Let’s Twist Again, canção que fez a fama de Chubby Checker e deu início à febre mundial do twist em 1961.
SOUL
Earl Thomas fez seu repertório quase todo autoral, com quatro canções do último disco, sem apelar para sua música mais conhecida, I Sing the Blues, sucesso com Etta James. Acompanhado pela Igor Prado Band, o soulman americano – um compositor requisitado, da escola de Al Green – recebeu, a princípio, aplausos menos calorosos do que aqueles destinados à banda Allycats, que tocou clássicos conhecidos.
No entanto, aos poucos, o performer de voz privilegiada foi conquistando a plateia. Já perto encerrar este que foi o último show do Gravatá Jazz Festival, Earl Thomas foi para a galera, cantar no gogó, sem microfone, jogando para uma torcida que já estava dominada. Não era pra menos, soul é muito mais do falsete e vozeirão, tem que sentir na alma, e Earl Thomas é “the real thing”. Earl Thomas foi o cara certo para terminar mais uma edição vitoriosa de um festival que já se firmou em Gravatá e, garante o prefeito Joaquim Neto, continuará enquanto ele administrar a cidade.
A cada noite do festival, a pessoa da plateia que bolasse a melhor frase sobre o festival era contemplada com um violão. No último dia, o prêmio mais cobiçado, uma guitarra Fender Stratocaster, saiu para o recifense, de Casa Forte, Robeti Brito Cavalcanti Filho, que prometeu, tocar o instrumento que ganhou na próxima edição do GJF.
JAMS
No refinado Baritos Fondue, o restaurante oficial do evento, e no mais alternativo Mangue Beer, aconteceram jams sessions memoráveis. No último dia, a inglesa Bex Marshall deu uma canja, cantando e tocando guitarra, enquanto o americano Karl Dixon cantou com a banda da casa. No sábado, Amaro Freitas e Ed Staudinger comandaram os teclados com vários músicos e cantoras. No Mangue Beer o som ficou entre o rock e o blues, com músicos revezando-se até o último cliente.