Após críticas, Anitta apaga texto em que falava da morte de Marielle

No lugar do texto no Instagram, a cantora colocou apenas uma imagem de um coração partido
JC Online
Publicado em 19/03/2018 às 15:04
No lugar do texto no Instagram, a cantora colocou apenas uma imagem de um coração partido. Foto: Divulgação


Após publicar um texto reclamando sobre ser cobrada para falar sobre a morte da vereadora Marielle e dizendo que "ninguém merece morrer", a cantora Anitta apagou o texto que havia publicado no Instagram.

No lugar do texto, a cantora colocou apenas uma imagem de um coração partido.

Muitos fãs da artista se diziam incomodados com o silêncio da estrela pop, e as acusações só aumentaram após a homenagem da cantora Katy Perry neste domingo (18), no Rio de Janeiro.

Marielle foi executada em um atentado que também matou o seu motorista, Anderson Pedro Gomes. Ela denunciava arbitrariedades da PM contra moradores da favela Acari – que fica a menos de 15 minutos de carro de Honório Gurgel, o bairro onde Anitta se criou, de acordo com o portal Popline.

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TEXTO APAGADO

No texto, Anitta dizia que "não teve paciência pra aturar o ódio gratuito dos internautas", pois ela só se posicionaria sobre o assunto meses depois.

Confira o texto completo:

"Eu ia fazer um post daqui um tempo… que era quando eu achava que faria sentido pra mim. Mas não tive muita paciência pra aturar o ódio gratuito dos internautas até lá. Então.. se alguém estiver interessado em saber minha opinião sobre o caso Marielle, leia esse texto imaginando que o escrevi daqui 3 meses. / Marielle ainda está presente? Espero que sim, espero que pra sempre. Essa seria a melhor demonstração da frase “o feitiço virou contra o feiticeiro” que já presenciei. Quem achou que calaria uma voz tão alta com um tiro se enganou. Milhões de brasileiros fizeram com que essa morte não fosse em vão e essa voz não se calasse. Eles pensam “daqui um mês o povo esquece”. Não se esqueçam, povo, por favor. Ainda lembramos da juíza Patricia Acioli (morta nas mesmas circunstâncias)?, ainda lembramos do menino João Hélio? Sentimos a dor da perda de cada policial que morre em serviço? Espero que sim. Não me importa se Marielle era de direita, de esquerda, de frente, de costas , lésbica, ou mãe precoce ou sabe lá mais o que. Ninguém merece morrer. Nada justifica que se tire a vida de qualquer pessoa. Acredito que a própria não pediria a morte dos corruptos que denunciava. Pedir justiça é diferente de pedir a morte. Para mim, Anderson, seu motorista, era tão importante quanto ela, pois são todos seres humanos. Se ela não fosse feminista como eu, também teria meus sentimentos, se nao fosse favelada como eu, também teria meus sentimentos. De esquerda, direita, hetero, gay, pecador, religioso, o que for… Ninguém merece morrer."

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