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Abril pro Rock começa edição honrando suas tradições

Bandas das mais variadas vertentes do metal protagonizaram o primeiro dia do festival
João Rêgo
Publicado em 15/04/2019 às 12:20
Bandas das mais variadas vertentes do metal protagonizaram o primeiro dia do festival Foto: Foto: Pei Fon/Divulgação


O Abril pro Rock honrou suas tradições e foi além. Na noite de abertura, na última sexta-feira, o festival aliou a boa organização, com pontualidade e dinamismo, aos bons shows que contemplaram várias vertentes do metal através de performances sólidas e inventivas.

Os portões do Baile Perfumado, casa do evento desde o ano passado, foram abertos pouco antes das 20h. O público, que não chegou a ser em grande número, foi entrando aos poucos e encontrou um espaço para vendas de produtos das bandas, além de dois palcos, dinamizando a troca entre as atrações do line-up. Enquanto uma banda se apresentava, a outra já se organizava no palco vizinho.

Nesta edição, esse movimento foi perfeito. Era como uma coreografia ensaiada. O último som de guitarra de uma banda era respondido, após alguns poucos segundos de espera, com o início de outro no palco da frente. Foi assim que a noite seguiu com um cronograma que respeitou, dentro dos limites aceitáveis, os horários previstos.

Programação

A abertura do festival fez jus às suas raízes pernambucanas. As duas bandas locais do line-up foram as primeiras a se apresentar. Logo às 20h15, Camus já iniciava seu show, no palco menor, para uma pequena porção do público que ainda chegava. Performance bastante madura de um conjunto que, com nove anos de carreira, vem se consolidando no front da cena metaleira recifense.

Após 30 minutos entre clássicos e novidades, o grupo passou o bastão para a sua conterrânea Malkuth. Mais experientes e com mais de 20 anos de estrada, os pernambucanos subiram ao palco principal com uma pintura sombria em preto e branco no rosto. Exaltações ao paganismo e versatilidade foram à tônica de um excelente show – que uniu o preciosismo técnico da voz de Sir Ashtaroth (vocalista), com os arranjos black metal das guitarras. Foi dessa forma que, ao vivo, músicas do recente álbum Voodoo, e as conhecidas do Nekro Kult Khaos, soaram tão potentes quanto as versões gravadas.

Depois da apresentação dos pernambucanos, o rigor técnico deu vez a desordem, paradoxalmente, controlada pelo speedmetal da Jackdevil. Se o laboratório de um DJ é a pista de dança, no metal, aqui, não foi diferente. Uma grande roda-punk norteava e era norteada pelas guitarras dos maranhenses, em uma forte conexão entre os músicos e fãs. O ápice foi quando o grupo tocou Under the Metal Command, do seu excelente álbum Unholy Sacrifice. A ciranda-punk tomou proporções maiores, movimentando quase todo o público que acompanhava o show.

Minutos depois, foi a vez da Maestrick tomar conta do palco principal com um show mais intimista. Donos de uma engenharia sonora mais refinada, os paulistas protagonizaram um dos momentos mais marcantes da noite quando chamaram as meninas do Maracatu Baque Mulher para participarem da apresentação. Tocaram junto a elas o sucesso Pescador, além da sua nova música Penitência, que homenageia Chico Science e Nação Zumbi. “Foi uma forma de prestar homenagens a música pernambucana que sempre nos influenciou” explicou, Fábio Caldeira, vocalista.

Às 22h45, os veteranos da baiana Malefactor começaram sua performance, a mais sólida da noite. Não à toa, estão a quase 30 anos na pista. Às 23h15, foi a vez da atração mais esperada do line-up. A banda finlandesa Amorphis subiu ao palco, pela primeira vez no Recife, para o delírio do público. “Se eu chorar não me responsabilizo” chegou a gritar Arthur Vicente, um dos fãs do grupo no evento.

Em um show memorável, o vocalista Tomi Joutsen levou o público ao frenesi. O repertório foi desde as músicas mais antigas do Tales from the Thousand Lakes (1994) até o novíssimo Queen of Time (2018). Todas cantadas, do começo ao final, por numerosos fãs que se agrupavam em frente ao palco.

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