Do Amor continua nadando contra a corrente do pop nacional

Banda carioca lança Piracema, o segundo álbum
JOSÉ TELES
Publicado em 13/07/2013 às 6:00



DISCO

Piracema abre calculadamente anticlímax . com Ar, uma melodia suave, lenta, com timbres eletrônicos (que lembra o francês Air), apontando para uma mudança de rota no som da Do Amor. Na faixa seguinte já entram guitarras, em Ofusca, um pop rock radiofônico. A próxima minha mente por ser enquadrada no neo-psicodelismo que a tendência da hora do rock nacional, já Mindingo mostra influências do Talking Heads dos primeiros discos, na guitarra funkeada e na batida repetitiva.

Marcello, Ricardo, Gustavo e Gabriel não são músicos extraordinários, nem grandes cantores. Mas, empregando um termo do economês, agregam valores, tornando o todo maior que as partes. Revezam-se nos vocais, e extraem o que podem de canções de acordes básicos. Isto é o legado dos grandes criadores da música João Gilberto ou Beatles. Ao contrário do disco anterior, o Do Amor aqui se garante apenas com músicas autorais. Dos muitos convidados, o que mais se destaca é o guitarrista Pedro Sá (em Minha mente), não por acaso um dos integrantes da banda Cê

Aparentemente mais simples do que o álbum inaugural do grupo, Piracema, é depuração de estilo. A Do Amor nada contra a corrente, mas sem se debater, tranquilo, dando a impressão de que, na realidade, quem nada na contramão é a grande maioria do pop brasileiro.   .  


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