Aplausos entre números, gente cantando baixo temendo incomodar o vizinho, e rostos denunciando identificação com algumas das histórias vividas no palco. Tim Maia - Vale tudo, o musical, que teve duas sessões neste sábado (5), no Teatro Guararapes, não encheu a casa, apesar da fama adquirida desde a estreia em 2011, no Rio de Janeiro.
Mesmo com um atraso de quase 30 minutos na primeira encenação do dia (marcada para começar 17h30) - que rendeu umas palmas antecipadas para apressar o início -, os contratempos soaram indiferentes à plateia quando o elenco deu início à apresentação.
O espetáculo é simpático, provoca empatia no público. Bem executado nas suas atuações e nos seus números musicais, conta ainda a seu favor o roteiro, que promove jogos com o elenco que dinanizam o montagem, evitam que a narrativa - que discorre cronologicamente (e também "quilogramicamente", já que o peso de Tim caracteriza diversos estágios da sua carreira) a história do artista - se torne cansativa.
Tudo isso reforçado pelo repertório de clássicos do cantor e compositor e mais ainda pelos detalhes da sua trajetória. Tim foi contenporâneo da jovem guarda, da bossa nova, foi de uma banda que tinha Erasmo e Roberto Carlos como integrantes, também foi gravado por Elis Regina. Todos estes fatos que, indiretamente, acabam por contar a história de um período importante da música brasileira e aumentam o interesse pelo espetáculo.