Ministério do Turismo quer promover São João e o forró

Forrozeiros querem retomar espaço perdido para outros gêneros
JOSÉ TELES
Publicado em 19/02/2016 às 5:10
Forrozeiros querem retomar espaço perdido para outros gêneros Foto: Foto: divulgação


Depois do Natal, a festa que mais movimenta a economia do Nordeste é o São João, o que não deixou de acontecer nem mesmo em 2015, o ano em que entramos em crise de dimensão cavalar. Animado com as possibilidades econômicas dos festejos juninos nordestinos para ajudar o Brasil a enfrentar o atual momento, o Ministério do Turismo (MTur) atendeu a um pedido de audiência do forrozeiro baiano (de Curaçá) Adelmário Coelho. O ministro Henrique Eduardo Alves abriu a agenda para receber artistas em Brasília, em reunião de duas horas que, pelo visto, deixou ambas as partes animadas.

Os responsáveis pelo turismo nacional abriram os olhos ao óbvio. A maior festa do Nordeste não é o Carnaval, que se fixa basicamente em Salvador e no Recife, mas o São João, que ostenta mega-arraiais como os de Caruaru, Campina Grande, Arcoverde e Cruz das Almas (BA): "Na Bahia apenas, acontecem umas 300 festas juninas muito grandes. As de Amargosa e de Cruz das Almas não são menores que as de Caruaru e Campina Grande. O São João é o Natal do nordestino", comenta Santanna O Cantador, que fez uma média de 25 shows no São João. Santanna foi à reunião e se confessa otimista. "Se acontecer pelo menos 10% do que foi prometido, já será muito. Eles querem transformar o São João do Nordeste no São João do Brasil, com divulgação em larga escala pelo País e no exterior. E querem que os turistas conheçam a maior festa de inverno brasileira".

Nas ações prometidas, ele destaca a contratação do artista pelo próprio MTur, que pagará o cachê diretamente ao próprio artista, ou à pessoa jurídica que o representa. "Eles vão cadastrar os artistas do forró pé de serra. Como o próprio ministro comentou: o turista que sai de São Paulo para, digamos, Caruaru, chega lá e encontra uma dupla sertaneja, se decepciona, porque pra ver uma atração dessas ele não precisa viajar." Teresa Accioly, da Associação Forrozeiros de Pé de Serra e Ai, também presente ao encontro, considera que dias melhores virão para os músicos nordestinos:

"A cadeia produtiva do São João é enorme, movimenta o mercado de shows, culinária, vestuário, mas falta divulgação. A proposta é levar os artistas para o País inteiro. No São João, tocam no Nordeste, e, em outros meses, em outros Estados. Uma festa deste tamanho, no entanto, não tem patrocinadores como tem o Carnaval. O MTur quer atrair os principais patrocínios também para o São João. Está marcado um grande evento, em maio, em Brasília, para deflagrar a campanha".

Marcelo Melo, do Quinteto Violado, reforça a elaboração do cadastro com os artistas. "A proposta é tornar o São João a grande festa nacional, com ações do ministério para sensibilizar prefeituras e governos. O cadastro com os artistas é uma ação importante. Espero que não fique só no papel.

(leia matéria na íntegra na edição impressa do Jornal do Commercio)

 

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