Gravatá Jazz Festival termina ao som de Tim Maia

A blueseira americana Annika Chambers fez o grande show do festival
JOSÉ TELES
Publicado em 01/03/2017 às 0:43
A blueseira americana Annika Chambers fez o grande show do festival Foto: Foto: Allan Torres/Divulgação


Tim Maia andou aprontando das suas. O gaitista Big Chico, que participaria de um tributo ao Síndico, com o também gaitista carioca Jefferson Gonçalves, não pode vir tocar no encerramento do Gravata Jazz Festival. Mas não foi um bolo proposital. Ele adoeceu, e não foi liberado pelos médicos para viajar. A solução veio de Garanhuns, com a banda Os Valvulados, e o vozeirão de Pezão, cantor do grupo, tornando a praça onde aconteceu o GJF. num carnaval com músicas que todo mundo canta de com Coroné Antonio Bento, Sossego, Do Leme ao Pontal, tudo para cantar junto.

 Pelo astral, foi a melhor noite da edição deste ano do festival , que ainda merece alguns acertos, conforme ressaltava o secretário de Cultura de Gravatá, Romero Britto, entusiasta do evento: “Este ano o festival foi fechado em cima da hora, mas já tivemos um trunfo que foi a grande presença de público”. O prefeito Joaquim Neto, por sua vez, garantiu que o GJF continua, enfatizando a qualidade da música.

Na abertura do quarto dia dia o GJF teve até hit de Michael Jackson em roupagem rock-a-billy, com o grupo recifense Allicats, um dos poucos de Pernambuco que toca o mais puro das variantes do rock ‘n’ roll, embora não tão puristas, já que foram também de surf music, com MIrslou (que se tornou conhecida no Brasil na versão de Dick Dale, incluída na trilha de Pulp Fiction).  Destaque para a versão bem humorada de Pretty Woman, de Roy Orbinson.

O vocalista Danny Boy incitou a plateia à dança com um sucesso de 56 anos atrás, Let’s Twist Again, feita famosa por Chubby Checker, e que disseminou a febre do twist mundo afora. Tão irresistível quanto um frevo rasgado.

ANNIKA

 

Atentem para o nome: Annika Chambers. Ex-integrante dos fuzileiros navais dos EUA por sete anos, que serviu em praças de guerra como o Iraque, Annika Chambers, tem 31 anos, dois discos, e a voz revelação do blues e soul americanos. Ela fez uma memorável apresentação no Gravata Jazz Festival, acompanhada por uma banda à altura, a do paulista Igor Prado. Annika Chambers é uma destas vozes privilegiadas, buriladas no gospel e no spiritual, que lembra uma Aretha Franklin jovem, e extremamente cativante.

 Ela ganhou a plateia sem cantar os clássicos manjados do blues, o mais próximo que chegou disto foi com Ragged and Dirty, de Luther Alison, do seu novo disco (Wild & Free), e Love Comes to Town, de B.B King, gravada num single com o U2. E voltando a Tim Maia, procurou agradar ao publico, mas teve seu momento jazz, com o gaitista Jefferson Gonçalves misturando o Bolero, de Ravel, com baião.

 O Gravatá Jazz Festival acabou em festa, com O Dia de Santos Reis, todo mundo fazendo coro, Dali da praça, varou a madrugada em Jam Sessions, como aconteceu durante os quatros dias do GJF em bares como o Barito, La Cabana, Boulevard 232, a Cervejaria Mangue. O evento ainda precisa ser consolidado como parte do calendário de Gravatá.

O repórter viajou a convite da produção do Garanhuns Jazz festival

 

 

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