O acampamento montado para os participantes ficou praticamente vazio durante os três dias da Campus Party Recife. Em simuladores enormes ou dançando muito em frente à tela do jogo Just Dance, os campuseiros mostraram que nesse evento o tédio não teve vez.
"Ontem a gente só parou de jogar porque mandaram, isso já umas três horas da madrugada. Nós alternamos entre jogo e palestra, deu pra fazer mil coisas por aqui", conta o estudante Gabriel Oliveira.
"Eu só parei pra trocar de jogo. Ia do computador pro Xbox e às vezes dava uma pausa pra comer um biscoito ou tomar energético e café", diz o aluno de Ciência da Computação Paulo Brito.
E quem disse que campuseiro não dança? Uma das principais atrações deste ano foram os campeonatos de Just Dance, game que agita os jogadores com coreografias animadas de hits da música pop.
"O Just Dance é o melhor jogo do mundo porque só nele tem dança, o game e a música pop juntos", conta o estudante Mateus Lavine.
Na mochila dos participantes apenas biscoito, pizza, salgadinhos e macarrão instantâneo para compor o cardápio.
"Você está sentindo esse cheiro de pipoca? Três dias só na pipoca, biscoito e café", conta o estudante Tiago França.
Para os que não se contentaram apenas com isso durante o evento, as barracas de salgados e tapioca armadas na entrada do Centro de Convenções foram uma opção. Para ajudar, aparelhos de micro-ondas foram disponibilizados dentro do local.
"Saí pra comprar uma tapioca lá fora e vim comer aqui mesmo. É bom que alimentou pra noite toda", afirma o desenvolvedor Igor Sampaio.
Do lado de fora do Centro de Convenções, os comerciantes locais comemoravam quando a fome batia nos campuseiros. Para eles, o evento também poderia ter durado mais.
"Foram três dias sem dormir, vendendo comida o tempo. Isso que está acontencendo aí equivale a todos os dias da Fenearte", conta Hernanto Santos, proprietário de um restaurante da área.
E você já se imaginou pilotando um avião? Na Campus Party, apaixonados por aviação e curiosos tiveram a oportunidade de experimentar essa sensação através de um simulador de voo trazido pela equipe do curso de Ciências Aeronáuticas da Uninassau. O equipamento mostrava na prática como é o funcionamento de uma aeronave.
"Esse é uma etapa do curso pela qual os estudantes precisam passar antes de começar a pilotar na prática. Veio gente de todas as idades pra cá, especialmente crianças, que ficavam vidradas olhando pra tela. Todas elas saíram dizendo que queriam pilotar de verdade um dia", narra o piloto Tales Rosseti.
Promoções também foram um destaque na rotina dos campuseiros. Alguns participantes passavam o dia correndo atrás de brindes ou participando de desafios promovidos por patrocinadores do evento ou criados nas redes sociais.
O estudante de Ciência da Computação Paulo Marinho já tem o ingresso garantido para a próxima edição do evento. Ao vencer um campeonato do jogo Fifa, que contou com a participação de mais 40 campuseiros, ele recebeu como prêmio a entrada gratuita para o ano que vem.
"Ontem fui dormir umas 5 da manhã. Vim para ver as palestras também, mas o que eu mais fiz foi jogar. Nem sei dizer quantas horas, na verdade", conta ele.
Já o campuseiro Paulo Brito ganhou um prêmio menor, em troca de um desafio um pouco mais complicado. O estudante raspou o cabelo na parte da frente da cabeça para fazer um desenho semelhante ao de um headphone. A recompensa? Uma camiseta.
"Aqui vale tudo! Vou colocar um boné e depois eu vejo como faço pra arrumar", afirmou.
E em como toda festa que se preze, sempre tinha alguém dormindo pelos cantos ou até embaixo das bancadas.
"Puxei um sofá dali de um dos palcos pra ficar mais confortável na hora de jogar videogame e pra poder tirar um cochilo depois", comenta o desenvolvedor Mateus Lima.
Além das palestras e games, uma das marcas registradas da Campus Party foi o barulho. Após o encerramento do ciclo de palestras diário, caixas de som para ampliar o alcance do tradicional "Ôooooo" e muita música tomavam conta do espaço destinado ao evento no Centro de Convenções.
"Quando o cansaço batia muito, muito forte é que a gente descansava um pouquinho. Não fazia sentido ficar parado porque isso aqui é uma coisa que a gente espera o ano todo e dura muito pouco", diz a estudante Camila Fernandes.