Bom salário não é sinônimo de felicidade para alguns profissionais

Insatisfeitas com o trabalho, muitas pessoas insistem em seguir uma rotina que não gosta influenciadas, sobretudo, pelo dinheiro
Rossini Gomes
Publicado em 29/09/2014 às 13:50
Insatisfeitas com o trabalho, muitas pessoas insistem em seguir uma rotina que não gosta influenciadas, sobretudo, pelo dinheiro Foto: Ilustração: Ronaldo Câmara


“Se no domingo à noite você já está deprimido porque terá de trabalhar no dia seguinte ou se você acorda na segunda-feira desejando a sexta, pode ter certeza: algo está errado e você precisa mudar de vida.” É assim que o coach de carreira, orientador vocacional e educador Maurício Sampaio resume um profissional que não aguenta mais a função que desempenha. Insatisfeitas com o trabalho, muitas pessoas insistem em seguir uma rotina a contragosto, influenciadas, sobretudo, por uma condição: o dinheiro.

Segundo Sampaio, um dos fatores que levam à escolha errada da profissão é a questão financeira. “Hoje em dia tem muita gente com dinheiro, mas infeliz. São pessoas que poderiam estar fazendo algo que pudesse proporcionar mais prazer para si.” Ele alerta que a escolha pode causar no profissional um declínio emocional capaz de mexer com a qualidade de vida, além de potencializar as chances de apresentar problemas de saúde como estresse e depressão.

A insatisfação no trabalho afeta o funcionário público federal Caio Matos, 29 anos. “No geral, o que estou fazendo não está beneficiando realmente ninguém. Não acredito na qualidade do serviço. As rotinas são difíceis e difusas e estão sempre mudando, tanto que trabalho há mais de três anos e não consigo me sentir bom no que estou fazendo, porque as regras mudam todo dia. Fico lá só pelo dinheiro enquanto estudo para outro concurso ou junto dinheiro para empreender”, confessa Matos, formado em uma área diferente da que atua.

Sampaio conta que adota outra estratégia para “diagnosticar” se o profissional está ou não satisfeito com o seu emprego atual: a “regra do 70 x 30.” Ele explica: “Se em 70% do tempo da pessoa ela está contente, colocando em prática o que sabe fazer com satisfação e em 30% está cumprindo com sua obrigação, OK. Porém, se a proporção for inversa, está na hora de pensar numa mudança”, aconselha.

INFLUÊNCIA - Outra condição apontada pelo educador é a influência dos pais. “Muitas pessoas que já me procuraram para pedir ajuda na carreira atribuem a culpa aos pais, que impuseram a decisão da futura profissão ao filho”, conta, ressaltando que hoje há maior liberdade de escolha. “Durante palestra, um senhor relatou que havia se tornado megaempresário por influência do pai, que era ligado ao comércio, mas, anos depois, abandonou tudo para se tornar chefe de cozinha.”

Leia a matéria completa na edição de emprego&concurso desta segunda-feira (29) do Jornal do Commercio

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