No Recife, trabalhador gasta 8% da renda com deslocamento até o trabalho

O Brasil tem um dos maiores custos de deslocamento diário
Da editoria de economia
Publicado em 04/05/2015 às 12:26
O Brasil tem um dos maiores custos de deslocamento diário Foto: Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem


O recifense gasta, em média, 8% da sua renda mensal, para se deslocar até o trabalho. Em alguns casos, o comprometimento pode passar dos 10%. A revelação é da pesquisa realizada pela Regus, líder mundial em soluções flexíveis de espaços para o trabalho. Segundo o levantamento, o Brasil é um dos países com o maior custo de deslocamento diário para o trabalho, o que consome cerca de 6% da renda anual dos profissionais. 

Na capital pernambucana, cidade na qual mais se perde tempo com a lentidão do trânsito no percurso para ir e voltar do trabalho, mais de 40% dos entrevistados afirmam desembolsar mais de 10% da sua receita para se dirigir ao trabalhar. 

O estudo, que ouviu mais de 44 mil executivos sêniores em mais de 100 países, revela que trabalhadores do mundo todo gastam uma média de 5% de sua receita, todos os anos, para as viagens diárias até o ambiente de trabalho. Em países como a África do Sul, França, Índia, México e Brasil, a situação é ainda mais crítica, já que nesses locais o gasto consome cerca de 6% da receita.

“Com o aumento do custo de vida, cada centavo conta para os trabalhadores de todo o mundo, mas as despesas de viagem são responsáveis por uma fatia cada vez maior de gastos anuais. Nesse sentido, o trabalho flexível pode ser uma solução para a questão. As empresas que querem oferecer aos trabalhadores uma real vantagem precisam resolver urgentemente a redução do custo da comutação, oferecendo-lhes a opção de trabalhar mais perto de casa, pelo menos por algum tempo”, afirma Otávio Cavalcanti, diretor da Regus Brasil.

Ainda segundo o executivo, as conclusões da pesquisa apontam para o fato de que é imprescindível que os empregadores que desejam reter seus colaboradores e manter a produtividade nas empresas adotem soluções que envolvam, principalmente, a flexibilização do trabalho. 

“As empresas podem contornar essa situação permitindo o trabalho remoto, mas com infraestrutura, para que não haja perda na produtividade”, sugere. Cavalcanti lembra que hoje já existem soluções tecnológicas que possibilitam ao funcionário trabalhar remotamente, com toda facilidade, tendo acesso aos mesmos recursos que ele teria no escritório. “Isso permite que ele possa trabalhar de qualquer lugar. 

Dessa forma, a companhia proporciona meios de fazer as pessoas trabalharem mais perto de suas casas e gastarem menos tempo – e dinheiro – no trânsito. Além disso, o funcionário pode buscar formas alternativas de transporte, como a bicicleta, por exemplo”, finaliza Cavalcanti.

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