Transição de carreira não pode ser influenciada por impulso emocional

Antes de passar do setor privado para o público, profissional deve questionar o que busca em sua trajetória
Yasmin Freitas
Publicado em 22/02/2016 às 10:32
Antes de passar do setor privado para o público, profissional deve questionar o que busca em sua trajetória Foto: Foto: Sociedade Brasileira de Coachin/Divulgação


Raiva, frustração, impotência, tristeza. Todos esses sentimentos são comuns e facilmente compreensíveis nos profissionais que foram desligados de seus empregos na iniciativa privada. Mas não é aceitável deixar que essas sensações negativas sejam responsáveis por uma tomada de decisão impensada. Em outras palavras, não vale fazer a matrícula no primeiro curso preparatório para concursos que aparecer na frente só porque você está desapontado com a demissão e decidiu, do dia para noite, que vai se tornar funcionário público. 

De acordo com o Master Coach Trainer e presidente do Instituto Brasileiro de Coaching (IBC) José Roberto Marques, para toda carreira deve existir um planejamento em paralelo, e não há mal em querer mudar ou fazer rearranjos no caso de uma demissão, mas é importante usar o controle, a inteligência emocional e o autoconhecimento para definir os novos objetivos que virão pela frente.

Quando Mônica tomou sua decisão e decidiu investir em uma vaga pública, principalmente na área dos tribunais, ela soube que estava no caminho certo, por prezar mais por segurança e conforto. “Tenho amigas empreendedoras que nunca se veriam sendo concursadas. Comigo é diferente. Se você me oferecer hoje um frila por R$ 20 mil ou um emprego fixo que pague R$ 5 mil, vou escolher o emprego, porque é mais seguro e conseguiria fazer planos de longo prazo com a remuneração certinha todo mês”, conta. 

“É importante refletir sobre o que aconteceu no caso daquela demissão. Sobre os erros e acertos do caminho para que não sejam repetidos em outra carreira, seja ela pública ou privada. Um bom começo é se perguntar: eu gostaria de trabalhar como funcionário público se não fosse essa demissão? Quais são os valores contidos no serviço público que eu admiro? O que estou buscando neste trabalho que não tinha anteriormente?”, provoca o coach. 

Caso o profissional não consiga trilhar esse caminho sozinho, ajuda profissional é bem-vinda “Muitas pessoas recorrem ao coach de carreira para tomar um direcionamento da sua vida profissional. A carreira pública, se estiver dentro do perfil, é uma excelente alternativa, mas cada um precisa definir quais são suas prioridades”, reflete Marques. 

Dentro do processo de coaching, são aplicadas técnicas e ferramentas que permitem ao profissional desenvolver o autoconhecimento e decidir sobre o caminho que deverá seguir, realizando um planejamento com metas e prazos para alcançar seus objetivos. Para aqueles que já decidiram pela carreira pública, o coaching para concurseiros também vem sendo bastante procurado pelos que desejam mais organização, foco e disciplina dos estudos.

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