A Air France continua paralisada neste sábado pela greve de seus pilotos que entrou em seu 13º dia sem solução à vista, apesar da pressão do governo para impedir um movimento que pesa sobre as contas e a imagem da empresa.
As negociações foram novamente interrompidas e o SNPL, sindicato majoritário dos pilotos, ameaça estender a mobilização para além de 30 de setembro.
Metade dos aviões da Air France permanece em solo desde o início do conflito, em 15 de setembro, e a mobilização permanece forte. A companhia espera uma taxa de greve de 54% para domingo, dias em que deve garantir apenas 45% dos voos.
O conflito gira em torno do desenvolvimento pela Air France de uma filial de baixo custo, considerada estratégica pela direção da companhia e especialistas do setor para garantir o futuro do grupo, em restruturação financeira há três anos.
A companhia francesa, a segunda maior empresa de transporte aéreo da Europa, atrás apenas da alemã Lufthansa, estima que a greve tenha causado um prejuízo de entre 15 e 20 milhões de euros por dia.
A companhia aérea franco-holandesa quer se expandir no mercado de voos de baixo custo e captar as "oportunidades de crescimento" que esse segmento pode oferecer.
Já os pilotos de Air France temem que o plano de expansão da filial de baixo custo Transavia na Europa venha acompanhado de demissões, à medida que a empresa aumente suas bases fora da França e contrate pilotos em outros países e com outras condições trabalhistas.
Em agosto, a direção da Air France garantiu aos seus empregados que a próxima reformulação de sua rede de curto e médio alcance não causaria "nenhuma transferência" de pessoal, de contratos de trabalho ou de aviões. Essas promessas não parecem ter convencido os pilotos.