Os latino-americanos de alto patrimônio líquido são maioria no mundo e, em média, muito mais ricos do que aqueles de outras regiões do globo. É o que mostra o "Industry Report Latin America", um estudo sobre a indústria de gestão de fortunas na América Latina, elaborado pelo banco suíço Julius Baer. A pesquisa mostra que os milionários latinos possuem, em média, patrimônio líquido de US$ 13,5 milhões cada um, maior que os que moram na África (US$ 8,9 milhões), Oriente Médio (US$ 3,8 milhões), América do Norte (US$ 3,5 milhões), Europa (US$ 3,3 milhões) e Ásia e Oceania (US$ 3,2 milhões).
O levantamento revela também que os investidores latino-americanos estão se tornando mais jovens e mais sofisticados nas últimas décadas. De acordo com o estudo, isso tem resultado em um aumento do apetite por risco e por carteiras mais diversificadas, para atingir os objetivos de investimento. Apesar disso, a publicação pondera que dinheiro em caixa (29%), renda fixa (20%) e investimentos imobiliários (27%) ainda representam 76% da média de alocação de ativos na América Latina hoje. Outros 24% estão divididos igualmente entre equity e investimentos alternativos (câmbio, fundos de hedge, private equity, commodites etc).
De acordo com o estudo, a indústria de gestão de fortunas de US$ 2,6 trilhões que atende a clientela dessas regiões está mudando, em razão da alteração de cenário dos participantes do mercado. O levantamento afirma que a localização, o aumento da transparência e renovado papel das operações offshore têm acelerado a demanda por serviços mais sofisticados para latino-americanos de alto patrimônio líquido, focada em melhor entendimento das necessidades dos clientes e das circunstâncias, profissionalismo e acessibilidade.
A pesquisa destaca que, diante disso, as instituições financeiras, como private banks e profissionais de gestão de ativos externos, estão comprometidos em se adaptar a essa realidade. Nesse cenário latino, o estudo mostra que o Brasil tem posição de destaque. Segundo a publicação, o País possui 42% dos clientes dos private banks que atendem esse público. Em segundo lugar, aparece o México (25%), seguido por Argentina (7%), Colômbia (6%) e Chile (4%). Outros países somam juntos 16%.
Diante dos números, o banco Julius Baer destaca no relatório que as economias latino-americanas estão mais integradas do que nunca à economia global e, por isso, mais expostas aos ciclos econômicos internacionais e às tendências sociais globais. O estudo diz ainda que, com a riqueza total da região preparada para continuar a crescer, a elevada exposição a choques externos e a crescente sofisticação dos investidores irão levar a novos comportamentos de investimento.