Desemprego na Espanha cai a 23,70% em 2014

Esta é a segunda queda consecutiva desde 2013, quando a taxa de desemprego espanhola havia terminado em 25,73%
Da AFP
Publicado em 22/01/2015 às 10:44


O desemprego na Espanha caiu em 2014 a 23,70%, graças à reativação de sua economia, segundo números publicados nesta quinta-feira, embora siga em um dos níveis mais elevados entre os países desenvolvidos.

Esta é a segunda queda consecutiva desde 2013, quando a taxa de desemprego espanhola havia terminado em 25,73%, segundo um comunicado do Instituto Nacional de Estatísticas (INE).

No fim do ano, "o número de desempregados (...) se situava em 5.457.700", afirma.

Este dado é melhor que o previsto pelo governo conservador de Mariano Rajoy, que esperava um desemprego de 24,2% no fim de 2014, argumentando que a reativação econômica se traduz, por fim, na criação de empregos.

No ano que acaba de terminar foram criados um total de 433.900 postos de trabalho líquidos, segundo o INE.

As criações de emprego foram registradas especialmente no setor de serviços - o turismo tem um peso muito importante na Espanha -, na indústria e na construção, em plena recuperação após a explosão da bolha imobiliária em 2007.

Madri prevê um crescimento de 1,4% do PIB no ano de 2014 (uma primeira estimativa será publicada em 30 de janeiro) e de 2% neste ano, num momento em que o consumo dos particulares e os investimentos das empresas se reativam e os investidores estrangeiros voltam a confiar no país.

No entanto, a questão do emprego continua sendo um grande problema para a quarta economia da zona do euro, onde apenas a Grécia registra um índice mais elevado (25,8% no fim de outubro).

"A principal fonte de desigualdade na Espanha é o desemprego, e o desemprego de longa duração", reconheceu nesta quinta-feira o ministro da Economia, Luis de Guindos, em uma entrevista à rede de televisão privada Antena 3.

"Quando você tem na fila de desemprego um senhor que está há mais de dois anos sem trabalhar, esta é a principal fonte de desigualdade em nosso país e de pobreza", disse.

A situação não deve melhorar substancialmente nos próximos anos, advertem os analistas. Os do banco espanhol BBVA pensam que o país precisará de oito a dez anos para voltar aos níveis de emprego anteriores à crise. A taxa de desemprego em 2007 era de 8,57%.

O governo de Rajoy prevê um desemprego de 22,2% no fim de 2015, ano eleitoral crucial com várias eleições, em especial legislativas nacionais no último trimestre.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) é mais pessimista e prevê 23,8% em seu último relatório, publicado na terça-feira. Considera que a Espanha seguirá com o desemprego acima de 20% até o fim desta década.

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