A chanceler alemã, Angela Merkel, declarou em entrevista à imprensa, após encontro com o primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, em Berlim, na tarde de hoje (23), que “a Alemanha quer que a economia grega cresça e supere suas altas taxas de desemprego, mas para isso reformas estruturais são necessárias, além de finanças públicas sólidas e uma administração eficaz”.
Ela enfatizou que a Alemanha não tem o poder de decidir sobre as reformas apresentadas pelo governo grego, se são suficientes ou não. “O programa de reformas será avaliado pelas três instituições [União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional], e as decisões serão tomadas pelo grupo de países da eurozona”.
Para a chanceler, há uma tendência à cooperação, embora divergências existam. “É importante que tenhamos cooperação baseada na confiança. Precisamos ser capazes de tratar de questões difíceis, sobre as quais temos visões diferentes. Mas o espírito de cooperação permanece”, enfatizou.
Em seu primeiro encontro com Merkel desde que foi eleito, em janeiro, Tsipras fez questão de ressaltar que a Grécia tem a intenção de conduzir amplas reformas estruturais que “governos anteriores falharam em implementar”. Ele mencionou como prioridades a reforma tributária e a luta contra a corrupção e contra a sonegação de impostos. O primeiro-ministro grego destacou a importância do diálogo como forma de buscar o entendimento.
O encontro entre Tsipras e Merkel é considerado por analistas gregos um divisor de águas nas negociações da dívida do país. A expectativa é de que maior entendimento entre as duas nações conduza a uma aceleração nas negociações da dívida grega e à liberação dos 7 bilhões de euros (R$ 24 bilhões) restantes do empréstimo de 240 bilhões de euros (R$ 830 bilhões) feito à Grécia como parte do programa de ajuda ao país.