União Europeia reconhece dificuldades em negociação com Mercosul

Argentina e Brasil, os dois gigantes do bloco, atravessam uma época de transição política e sofrem com a crise internacional
Da AFP
Publicado em 26/03/2015 às 11:16
Argentina e Brasil, os dois gigantes do bloco, atravessam uma época de transição política e sofrem com a crise internacional Foto: Foto: Roberto Stuckert Filho/ PR


A União Europeia (UE) reconheceu na quarta-feira (25) que há dificuldades para avançar na negociação de um acordo de livre comércio com o Mercosul e se pergunta sobre o nível de ambição dos países sul-americanos.

"Há dificuldades. É preciso garantir que, embora haja vontade desde o início (...), existam ambições equivalentes" entre o bloco europeu e o sul-americano, indicou a comissária de Comércio, Cecilia Malmstrom, em uma coletiva de imprensa.

"Estamos nos escrevendo, há reuniões, há encontros nas próximas semanas para ver como estamos em nível de ambições", indicou Malmstrom.

A UE e o Mercosul retomaram em 2010 as negociações, suspensas por seis anos, para fechar um acordo comercial.

Em 2014 foi anunciado, em várias datas, que iria ocorrer o intercâmbio de ofertas tarifárias, mas isso nunca ocorreu.

Em agosto passado a presidente brasileira Dilma Rousseff, que junto à Argentina constitui os dois pesos pesados do Mercosul, afirmou que o bloco sul-americano já tinha pronta sua proposta tarifária, mas não a União Europeia.

Em dezembro o Brasil assumiu a liderança do quarto bloco econômico mundial com o desafio de tirá-lo do fundo do poço num momento em que o intercâmbio intra Mercosul cai. As exportações no interior do bloco diminuíram de 16% a 13% do total entre 2010 e 2014, segundo números oficiais.

Argentina e Brasil, os dois gigantes do bloco, atravessam uma época de transição política e sofrem com a crise internacional.

Buenos Aires é mais reticente em selar um acordo com a UE para proteger sua indústria. Já o Uruguai espera que um acordo seja alcançado o mais rápido possível.

No bloco europeu a França foi desde o início o país mais reticente em alcançar um acordo, principalmente para proteger seu setor agrícola.

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