OIT: desaceleração econômica na América Latina e no Caribe pode afetar emprego

A taxa média de desemprego urbano na América Latina e no Caribe caiu de 11% para 6,1% nos últimos dez anos, segundo a organização
Da ABr
Publicado em 10/04/2015 às 15:10
A taxa média de desemprego urbano na América Latina e no Caribe caiu de 11% para 6,1% nos últimos dez anos, segundo a organização Foto: Foto: Camila Domingues / Palácio Piratini


O diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Guy Ryder, disse nesta terça-feira (10), durante 7ª Cúpula das Américas, no Panamá, que a desaceleração econômica nos países da América Latina e do Caribe terá impacto sobre o mercado de trabalho, podendo gerar aumento do desemprego e da informalidade. Para reduzir esse impacto, ele defende a necessidade de empreender um processo de transformação produtiva que gere empregos.

“Depois de quase uma década de avanços significativos, durante os quais o desemprego regional caiu para taxas mínimas históricas, agora temos de nos preparar para um aumento nos próximos anos”, disse Ryder.

Segundo a OIT, a taxa média de desemprego urbano na América Latina e no Caribe caiu de 11% para 6,1% nos últimos dez anos. A previsão para 2015, no entanto, com a continuidade do crescimento econômico lento, a taxa pode atingir 6,3%. Divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego no país subiu para 7,4% nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro, saindo de 6,5% nos meses de setembro, outubro e novembro de 2014.

“Temos que encontrar outros modelos de desenvolvimento que gerem mais e melhores empregos para todos”, disse Ryder se referindo aos países da América Latina e do Caribe. Segundo ele, é preciso diversificar o modelo de produção e incluir mais pessoas e empresas nos frutos do crescimento econômico. Somente para absorver os jovens que entrarão no mercado de trabalho, será preciso criar 50 milhões de empregos na região, afirmou o diretor-geral da OIT.

No Panamá, Ryder participa de vários fóruns com líderes empresariais do continente americano, representantes de governo e também com sindicalistas. Segundo ele, é difícil criar postos de trabalho quando a economia não vai bem e é difícil mudar modelos em vigor, mas é necessário começar a trabalhar neste sentido, com diálogo entre as partes envolvidas.

“O diálogo social é fundamental para alcançar a equidade na região, que é muitas vezes descrita como a mais desigual do mundo”, afirmou o diretor-geral da OIT. De acordo com a organização, o setor informal é muito forte na região, empregando 47% dos trabalhadores. Além disso, seis de cada dez jovens só encontram emprego em condições de informalidade.

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