"A saída da Grécia da zona do euro é uma possibilidade, mas não significaria o fim da moeda única", declarou Christine Lagarde, diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), segundo uma entrevista ao jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung.
A saída "não seria um passeio pelo parque" para os demais integrantes da zona do euro, mas "provavelmente não será o fim do euro", acrescentou.
As relações entre o FMI e o governo grego de coalizão dominado pela esquerda têm estado mais difíceis nos últimos dias.
"É improvável que cheguemos a uma solução global nos próximos dias", advertiu Lagarde.
O governo de Alexis Tsipras negocia desde o final de fevereiro com o Fundo, com o Banco Central Europeu (BCE) e com a Comissão Europeia para obter uma nova parcela da ajuda de 7,2 bilhões de euros. Mas a exigência de reformas por parte dessas instituições e dos países que integram a zona do euro esbarra em grandes obstáculos.
"Nas últimas semanas tivemos novos desencontros", admitiu Lagarde. "Temos regras, princípios", acrescentou, segundo a entrevista.
Um desses princípios, lembrou a diretora do FMI, é que "qualquer país que não honrar seus compromissos é declarado em moratória e não tem aceso a financiamento" da instituição.
Até agora, Lagarde ainda não havia mencionado a possibilidade de uma saída de Atenas da zona do euro.