O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, falou por telefone, na noite deste domingo (hora local), com o presidente francês, François Hollande, informou à AFP uma fonte governamental grega, cerca de uma hora após a publicação dos resultados parciais do referendo, que davam uma vantagem de mais de 20 pontos ao "Não".
Segundo a TV pública Ert, a conversa entre os dois dirigentes tratou dos meios "para tonificar as negociações" entre Atenas e seus credores, a UE e o FMI, após o fracasso das discussões do Eurogrupo (reunião de ministros das Finanças da zona do euro) de 25 de junho, que antecedeu a convocação do referendo.
O ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, afirmou, por sua vez, que vitória do "Não" na Grécia é "uma ferramenta que servirá para estender uma mão cooperativa aos nossos parceiros", assegurando que a partir de segunda-feira, o governo de Atenas vai trabalhar para "encontrar um campo de entendimento" entre a UE e o FMI.
"Nós vamos negociar de forma positiva com o Banco Central Europeu e com a Comissão Europeia", disse o ministro.
Os eleitores gregos foram convocados, neste domingo, a dizer sim ou não a uma proposta dos credores, que abarca novas medidas de austeridade, que o governo rejeitou em 25 de junho.
Quatro dias depois, na terça-feira passada, o governo enviou aos credores uma proposta contendo emendas às suas propostas, mas a UE e o FMI responderam que aguardariam o resultado do referendo para se pronunciar sobre a retomada das negociações.
Nos últimos dias, vários dirigentes europeus pediram aos eleitores gregos que não votassem no "Não", argumentando que isto representaria dizer não à Europa.