O ministro das Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis, surpreendeu e anunciou sua demissão nesta segunda-feira, um dia depois da vitória do 'Não' no referendo sobre a proposta dos credores. Em um comunicado publicado em seu blog, Varoufakis afirma que considera que seu dever "ajudar (o primeiro-ministro) Alexis Tsipras a explorar, como desejar, o capital que o povo grego" entregou no referendo.
"Pouco depois do anúncio dos resultados do referendo, fui informado de que alguns membros do Eurogrupo e seus "sócios" desejavam minha 'ausência' das reuniões, um ideia que o primeiro-ministro considerou potencialmente útil para obter um acordo", escreveu Varoufakis.
"Por este motivo, deixo a partir de hoje o ministério das Finanças", completou o ex-ministro, que nos últimos meses teve muitas divergências com os credores.
Na mensagem ele também adverte que o resultado do referendo, no qual mais de 60% dos gregos rejeitaram as medidas de austeridade exigidas pelos credores internacionais, implica "um alto preço", assim como "qualquer luta pelos direitos democráticos".
"Portanto é essencial que este grande capital concedido ao nosso governo por este contundente 'Não' na votação seja invertido imediatamente em um "Sim" para chegar a uma solução idônea", que implique uma reestruturação da dívida, menos austeridade, uma redistribuição a favor dos necessitados e reformas reais, acrescentou.
Varoufakis reiterou que apoiar o primeiro-ministro Tsipras, o novo ministro das Finanças e o governo. Yanis Varoufakis, que desde sua nomeação para o ministério ganhou fama por sua linguagem direta, teve muitos confrontos com o Eurogrupo. Ele também afirmou que carregará com "orgulho" o "ódio" atribuído pelos credores.