O dólar ganha força em relação ao real e outras moedas emergentes do mundo nesta quinta-feira (12), na esteira das apostas de elevação dos juros nos Estados Unidos ainda em 2015.
A atuação reforçada do Banco Central no câmbio e a aprovação na Câmara dos Deputados do projeto de regularização de capitais brasileiros no exterior, na última quarta-feira (11), chegaram a fazer o dólar cair nos primeiros minutos de negociações nesta sessão, mas não conseguiram ofuscar a influência do exterior sobre a cotação da moeda americana.
Às 12h10 (de Brasília), o dólar à vista, referência no mercado financeiro, avançava 1,05%, para R$ 3,816 na venda. Já o dólar comercial, utilizado em transações de comércio exterior, subia 1,21%, para R$ 3,818. Na máxima, a divisa atingiu R$ 3,82.
Na última sessão, ambas as cotações chegaram a atingir mínima na casa de R$ 3,70 por rumores de que o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, substituiria Joaquim Levy no comando da Fazenda.
Entre as 24 principais moedas emergentes do mundo, o dólar tinha alta sobre 20 nesta quinta-feira. A moeda americana também subia sobre sete das dez mais importantes divisas do globo, entre elas o euro, o iene e a libra esterlina.
O mercado espera que a presidente do Federal Reserve (banco central americano), Janet Yellen, dê novos sinais nesta quinta-feira, em um discurso previsto nos EUA, sobre quando a autoridade começará a subir os juros naquele país. Os juros futuros nos EUA indicavam nesta manhã chance de 66% de um aumento ocorrer em dezembro.
Os sinais emitidos por membros do Fed sobre quando e em quanto elevarão os juros do país têm causado turbulência no mercado financeiro. A expectativa é que a alta provoque uma fuga de recursos aplicados em países emergentes para os Estados Unidos, encarecendo o dólar.
Isso porque a mudança deixaria os títulos do Tesouro americano, cuja remuneração reflete a taxa de juros, mais atraentes que aplicações em mercados emergentes, considerados de maior risco. Os juros futuros nos EUA mostravam nesta manhã chance de 70% de aumento da taxa de juros americana em dezembro.
LEILÕES
O Banco Central venderá nesta sessão até US$ 500 milhões com compromisso de recompra em 2016. Leilões deste tipo fazem parte da estratégia do BC de fornecer recursos para a demanda sazonal de fim de ano, quando aumenta o valor enviado ao exterior para pagamento de dívidas e remessas de lucros, por exemplo.
A autoridade também deu continuidade aos seus leilões diários de swaps cambiais para estender os vencimentos de contratos que estão previstos para o mês que vem. A operação, que equivale a uma venda futura de dólares, movimentou US$ 590,8 milhões.