Dólar fecha em alta de mais de 1% e vai a R$ 3,83 com cenário político e EUA

O dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve valorização de 1,40%
Da Folhapress
Publicado em 13/11/2015 às 17:36
O dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve valorização de 1,40% Foto: Foto: Marcos Santos/ USP Imagens


Apostas reforçadas no aumento de juros nos Estados Unidos em dezembro deram força ao dólar nesta sexta-feira (13), e a moeda americana fechou o dia em alta sobre a maioria das divisas emergentes do mundo, incluindo o real. Incertezas políticas no Brasil também ajudaram a pressionar o câmbio.

O dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve valorização de 1,40%, para R$ 3,831 na venda. Na semana, houve valorização de 1,52%, interrompendo uma sequência de duas perdas semanais. Já o dólar comercial, utilizado em transações de comércio exterior, avançou 1,77% no dia e 1,91% na semana, para R$ 3,834.

Entre as 24 principais moedas emergentes do mundo, o dólar ganhou força sobre 20. A moeda americana também subiu contra nove das dez divisas mais importantes do globo, entre elas o iene, o euro e a libra esterlina. A exceção foi o dólar australiano.

Incertezas em relação a permanência do ministro Joaquim Levy à frente da Fazenda, que já haviam afetado o câmbio no início da semana, voltaram a ganhar força nesta sessão. As especulações continuam sendo de que o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, ocuparia o comando da pasta. Em evento em São Paulo nesta sexta-feira, Meirelles não quis comentar o assunto.

No exterior, o índice de confiança do consumidor medido pela Universidade de Michigan subiu para 93,1 na leitura preliminar de novembro, acima das expectativas de 91,5.

Por outro lado, as vendas no varejo americano subiram 0,1% em outubro, ante expectativas de elevação de 0,3%. E o índice de preços ao produtor nos EUA recuou 0,4% no mês passado, contra projeções de avanço de 0,2%.

O mercado monitora de perto os indicadores dos Estados Unidos, pois evidências de fortalecimento da economia americana podem embasar o aumento dos juros naquele país na próxima reunião do Federal Reserve (banco central dos EUA), em dezembro deste ano.

Além dos números, os sinais emitidos por membros do Fed sobre quando e em quanto elevarão os juros do país têm causado turbulência no mercado financeiro. A expectativa é que a alta provoque uma fuga de recursos aplicados em países emergentes para os Estados Unidos, encarecendo o dólar.

Isso porque a mudança deixaria os títulos do Tesouro americano, cuja remuneração reflete a taxa de juros, mais atraentes que aplicações em mercados emergentes, considerados de maior risco. Os juros futuros nos EUA mostram chance de 66% de aumento da taxa de juros americana em dezembro.

No Brasil, o Banco Central deu continuidade nesta sexta-feira aos seus leilões diários de swaps cambiais para estender os vencimentos de contratos que estão previstos para o mês que vem. A operação, que equivale a uma venda futura de dólares, movimentou US$ 589,8 milhões.

No mercado de juros futuros, as taxas dos contratos acompanharam a valorização do dólar e fecharam majoritariamente em alta na BM&FBovespa. O contrato de janeiro de 2016 subiu de 14,219% a 14,225%. Já o DI para janeiro de 2021 apontou taxa de 15,610%, ante 15,530% na sessão anterior.

AÇÕES EM QUEDA

O principal índice da Bolsa brasileira acompanhou o mau humor visto nos mercados acionários internacionais e fechou no vermelho nesta sexta-feira. Resultados corporativos também impactaram o desempenho do Ibovespa, que caiu 0,78% no dia, para 46.517 pontos. O volume financeiro foi de R$ 6 bilhões. Na semana, houve baixa de 0,86%.

As ações preferenciais da Petrobras, mais negociadas e sem direito a voto, recuaram 4,09%, para R$ 7,27 cada uma. Já as ordinárias, com direito a voto, cederam 2,66%, para R$ 8,78. A estatal divulgou na véspera que registrou um prejuízo de R$ 3,8 bilhões no terceiro trimestre deste ano.

Também em baixa, a CSN viu sua ação despencar 9,59%, para R$ 4,90. A siderúrgica também divulgou seu balanço financeiro, com prejuízo de R$ 532,6 milhões no terceiro trimestre deste ano e aumento do nível de endividamento.

As ações preferenciais da mineradora Vale amenizaram o desempenho negativo do Ibovespa no dia, com valorização de 1,51%, para R$ 12,76 cada uma. Já as ordinárias tiveram ganho de 2,13%, para R$ 15,37.

A MRV ficou entre as maiores altas do Ibovespa na sessão, com avanço de 2,65%, para R$ 8,52. A companhia divulgou aumento de 5,2% no lucro do terceiro trimestre na comparação anual, para R$ 142 milhões, acima das expectativas de analistas.

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