Em um dia de agenda esvaziada, o exterior foi a principal referência para o mercado de câmbio no Brasil neste segunda-feira (23). O dólar subiu ante o real durante a maior parte da sessão, em sintonia com o movimento ante outras divisas de países emergentes ou exportadores de commodities. Já a Bovespa chegou a subir mais de 1%, mas o recuo dos índices em Nova York acabou penalizando os negócios com ações também por aqui. Na renda fixa, as taxas dos contratos futuros de juros cederam.
O dólar à vista fechou em alta de 0,77%, aos R$ 3,7342, após ter marcado a mínima de R$ 3,7060 (-0,01%) e a máxima de 3,7381 (+0,88%) durante a sessão. As oscilações ocorreram em margens estreitas, sem que houvesse muito fôlego nem para a alta, nem para a baixa. "O mercado de câmbio ficou muito devagar . As oscilações ocorreram na medida em que saíam notícias. Mas, no geral, estão todos à espera de novidades", disse um profissional
Já a Bovespa acabou fechando praticamente no zero a zero, com ligeira alta, depois de uma tarde com alguma volatilidade. Pela manhã, o principal índice à vista subiu, se ajustando ao desempenho dos negócios em Wall Street na última sexta-feira, quando no Brasil não houve negócios em função do feriado da Consciência Negra.
O Ibovespa terminou com variação de +0,02%, aos 48.150,27 pontos Na mínima, marcou 47.988 pontos (-0,31%) e, na máxima, 48.745 pontos (+1,26%). Foi a quinta alta consecutiva, período no qual acumulou +3,51%. No mês, sobe 4,98% e, no ano, cai 3,71%. O giro financeiro totalizou R$ 5,904 bilhões.
Profissionais comentaram que houve ingresso de fluxo estrangeiro na Bovespa, mas isso não foi suficiente para manter a sustentação do índice com alta firme durante todo o pregão. À tarde, segundo um gestor, a fraquejada das bolsas norte-americanas incentivou um movimento vendedor de papéis do setor financeiro, que até então subiam, e isso pressionou o índice para baixo.
Em Nova York, perto das 17h35, o Dow Jones tinha baixa de 0,32%, o S&P 500 cedia 0,26% e o Nasdaq caía 0,28%.
Na renda fixa, as taxas dos contratos futuros de juros caíram em praticamente toda a curva a termo, descoladas da alta do dólar ante o real. Segundo profissionais, a queda ainda é reflexo da melhora no ambiente político, da menor volatilidade no mercado de câmbio e da percepção de que o esperado aumento de juros nos EUA será gradual. A aceleração das previsões de inflação, no entanto, continua a influenciar um comportamento mais cauteloso por parte dos investidores, apontam os analistas.
Às 17h30, já no período estendido da BM&F, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) de janeiro de 2016 tinha taxa de 14,172%, ante 14,167% do ajuste de quinta-feira. O DI para janeiro de 2017, o mais negociado, apontava taxa de 15,09%, ante 15,21% do ajuste anterior. Na ponta mais longa da curva a termo, o vencimento de janeiro de 2021 tinha taxa de 15,24%, de 15,27%.
Pela manhã, na pesquisa Focus do Banco Central, a mediana para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2016 subiu de 6,50% para 6,64%. A inflação pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) acelerou para 0,94% na terceira quadrissemana de novembro, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), acima do 0,86% da medição anterior. Nesta semana o Comitê de Política Monetária (Copom) promove sua reunião periódica para decidir sobre os juros básicos da economia. Como a aposta praticamente unânime é de manutenção da taxa Selic nos atuais 14,25% ao ano, os vencimentos mais curtos pouco se alteraram.