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Vendas no varejo no Reino Unido sofrem maior queda em sete anos

É a maior queda desde 2010 no sinal mais importante até agora de desaceleração relacionada com o Brexit
AFP
Publicado em 21/04/2017 às 14:11
É a maior queda desde 2010 no sinal mais importante até agora de desaceleração relacionada com o Brexit Foto: Foto: Pixabay


As vendas no varejo no Reino Unido sofreram sua maior queda desde 2010, devido ao aumento dos preços após a desvalorização da libra, no sinal mais importante até agora de desaceleração relacionada com o Brexit. 

A notícia chega no início da campanha eleitoral para as eleições legislativas de 8 de junho, antecipadas nesta semana por uma decisão inesperada da primeira-ministra conservadora, Theresa May.

May alegou que precisava fortalecer sua posição antes de iniciar os dois anos de negociações de saída da União Europeia.

Em termos trimestrais, as vendas diminuíram 1,4% entre janeiro e março em relação ao período anterior, a primeira queda desde o quarto trimestre de 2013 (0,3%) e a mais acentuada desde o primeiro quarto de 2010 (2%), segundo dados comunicados nesta sexta-feira (21) pela Oficina Nacional de Estatísticas (ONS).

Em termos mensais, as vendas registraram uma queda de 1,8% em março em relação ao mês anterior.

Esta redução das vendas triplica as previsões dos analistas citados pela agência Bloomberg antes da difusão dos dados, que prognosticavam uma queda de 0,5% em relação a fevereiro.

"É a primeira vez que vemos uma queda trimestral desde 2013, e parece ser consequência dos aumentos de preços em uma ampla gama de setores", disse Kate Davies, estatística da ONS, no comunicado.

Analistas dizem que os consumidores começaram a apertar os cintos ao ver o aumento dos preços de muitas importações pela desvalorização da libra, de quase 15% desde o referendo de 23 de junho de 2016.

"Parece que os consumidores sentem cada vez mais os efeitos adversos da queda da libra", constatou a economista Ruth Gregory, da empresa de análises Capital Economics.

Outro analista, Howard Archer, da IHS Markit, disse que "a queda acentuada no gasto dos consumidores é particularmente significativa porque a resistência da economia no segundo semestre do ano passado, após a vitória do Brexit em junho, se baseou em grande parte em que os consumidores continuaram gastando".

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