Inda vê queda de 3,1% nas vendas de aço em 2014

Em julho, o Inda havia previsto um crescimento de 1%, que agora não vai mais se concretizar
Karol Albuquerque
Publicado em 24/09/2014 às 16:33


O Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda) revisou para baixo sua projeção para as vendas em 2014, para uma queda de 3,1% no volume dos negócios ante 2013, para 4,403 milhões de toneladas. Em julho, o Inda havia previsto um crescimento de 1%, que agora não vai mais se concretizar, segundo o presidente do instituto, Carlos Loureiro.

Segundo ele, em relação à redução da expansão do PIB, "ninguém pode dizer que a siderurgia não está fazendo sua parte", disse, acrescentando que, em dezembro último, a expectativa era de crescimento de 4% das vendas neste ano. Segundo Loureiro, agosto foi um "desastre" para o setor, e os próximos meses não são muito animadores, principalmente outubro, devido às eleições. Segundo ele, o clima atual lembra o visto em 2009, na crise mundial.

"Com a eleição, o clima é de muito pessimismo. A indústria não vai bem. Essa história de que Dilma sobe e a bolsa cai é uma brincadeira muito difícil para o ambiente de negócios." Ele destacou os setores de máquinas e equipamentos e o setor automotivo como críticos neste momento, e disse esperar uma queda de 10% nas vendas do setor automotivo neste ano. Sozinho, o setor automotivo representa um terço do consumo de aço, destacou o executivo.

Em agosto, a participação das vendas do Inda no mercado interno chegou a 47,9%, bem acima do nível considerado normal, que seria de 37%. Segundo Loureiro, o indicador é negativo, pois significa que os clientes estão preferindo comprar aço na rede de distribuição, em volumes menores e com menor antecedência. "O cliente compra mais na rede quando compra em cima da hora do que precisa e com melhores condições de pagamento", disse, acrescentando que as usinas dão prazos máximos de 30 dias de pagamento e praticam taxas financeiras mais elevadas.

De acordo com o presidente do Inda, as margens da distribuição caíram muito, e por isso os clientes não pagam mais caro por comprar na rede e não nas usinas. "Infelizmente este crescimento da participação da distribuição só ocorre em situações que não são boas."

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