O problema, diz a professora de atuária da PUC de São Paulo, Fabiana Lopes, neste período, o fator previdenciário, já perdeu a sua eficácia, já que a expectativa do brasileiro aumentou em quatro anos. “Atualmente, o trabalhador contribui com 31% (11% dele e 20% do empregador) de seu salário durante 30 anos. Essa contribuição paga 10 anos de benefícios. Por causa da maior expectativa de vida, ele passa mais 20 anos recebendo. A conta não fecha, por isso vem a questão da reforma”, avalia.
A reforma da Previdência não é um tema que mexe apenas com o rendimento dos aposentados e pensionistas, mas com todas as contas nacionais de gastos e arrecadação de impostos e taxas. Em outras palavras, é um tema que interfere diretamente na estabilidade econômica do País e no tamanho de sua carga tributária.
Com uma diferença de mais de R$ 50 bilhões entre o que arrecada e o que paga a Previdência, esse buraco é pago por toda a sociedade. “O sistema é deficitário. É a constatação do custo Brasil. Pagamos vários impostos e contribuições para a Previdência, como Cofins, receita de loteria, folha de pagamento, contribuição social sobre lucro. O custo é alto para sustentar a Previdência e, se ela não for ajustada, ou se aumenta impostos ou vai faltar água nessa caixa”, compara o advogado previdenciário Paulo Perazzo.