Lava Jato pode afetar construção em 2016, diz Sinduscon

Para 2015, a entidade espera estabilidade do setor, com a queda no segmento imobiliário sendo compensada pelo crescimento do segmento da infraestrutura
Karol Albuquerque
Publicado em 24/11/2014 às 13:35
Para 2015, a entidade espera estabilidade do setor, com a queda no segmento imobiliário sendo compensada pelo crescimento do segmento da infraestrutura Foto: Foto: ABr


O presidente do Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), José Romeu Ferraz Neto, disse nesta segunda-feira (24) que não espera um impacto significativo da Operação Lava Jato no crescimento da construção de infraestrutura em 2015, mas prevê que os desdobramentos das investigações podem influenciar a atividade em 2016. "Acredito que (a Lava Jato) possa ter reflexo no assunto de desenvolvimento de obras de infraestrutura em 2016, porém, achamos que o fato de (o tema) estar sendo investigado e encaminhado da forma como está vindo é bom a médio e longo prazo porque pode sanear o setor e gerar mais recursos", disse o executivo a jornalistas.

Ele lembrou que para a economia crescer com consistência seriam necessários investimentos em infraestrutura de pelo menos 5% do Produto Interno Bruto (PIB) do País, o dobro do verificado atualmente, da ordem de 2,5%. 

Ferraz Neto também comentou que a investigação das grandes empreiteiras pode se tornar uma oportunidade para empresas de construção de menor porte, que hoje passam ao largo das grandes licitações. Questionado se isso não seria muito utópico, tendo em vista que as exigências previstas nos editais já limitam a participação dessas empresas, ele comentou que exigiria uma adaptação das novas licitações, possivelmente com a quebra de obras, e lembrou que elas também poderiam participar em consórcio.

Para 2015, a entidade espera estabilidade do setor, com a queda no segmento imobiliário sendo compensada pelo crescimento do segmento da infraestrutura. "A infraestrutura vai ter um crescimento positivo em função do que já está contratado; esse segmento é pouco influenciado pelo curto prazo", disse o presidente de economia do sindicato, Eduardo Zaidan. Segundo ele as projeções para o ano que vem consideram as concessões contratadas entre 2012 e 2013, especialmente para obras de aeroportos e rodovias. "O que for definido no primeiro semestre de 2015 vai gerar PIB um ano e meio depois", acrescentou.

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