Dólar é boa opção de investimento para 2015

Apesar de a moeda americana ter se valorizado bastante durante o ano de 2014, o prognóstico é de mais valorização
Leonardo Spinelli
Publicado em 04/01/2015 às 7:53
Apesar de a moeda americana ter se valorizado bastante durante o ano de 2014, o prognóstico é de mais valorização Foto: JC Imagem


Comprar dólar agora pode ser uma boa opção tanto para quem pretende gastar viajando ao exterior, como para aquele que procura uma boa opção de investimento em 2015. Apesar de a moeda americana ter se valorizado bastante durante o ano de 2014, cotada ontem a R$ 2,69 – maior desde 2009 – não há indícios que ela venha baixar. Pelo contrário, o prognóstico é de mais valorização. Por isso, analistas de investimentos recomendam o dólar até mesmo para o pequeno investidor, que pode adquirir a moeda americana diretamente em casas de câmbio ou procurar o banco e ver opções de fundos cambiais. Neste último caso, é necessário cuidado em relação à taxa de administração cobrada e o desconto do Imposto de Renda, que diminuiu de acordo com o tempo de investimento.

“O pequeno investidor pode ter entre 5% e 10 % de sua carteira em dólar, porque ainda há espaço para novas valorizações”, diz o gerente de mesa da Finacap DTVM, Leandro Lima. Na sua avaliação, há pressões internas e externas que fazem com que as previsões sejam de dólar mais caro. A moeda pode funcionar como uma carteira tática de investimento, ou seja, de curto prazo. 

As previsões são de picos de cotação durante o ano, transformando a compra em boa oportunidade de venda, tanto no balcão da casa de câmbio, quanto se desfazendo dos títulos do fundo. “Com seis meses de investimento, o IR tem uma alíquota de 20% sobre os ganhos. Mas com um pico de R$ 2,90 ou R$ 3, o investidor ainda consegue se apropriar de ganhos. Não é investimento de longo prazo.” 

Felipe Miranda, da Empiricus, também recomenda a compra da moeda americana e prevê dólar com picos de R$ 3,10. Segundo ele, a “sinalização de resiliência da economia americana deve antecipar o ciclo de alta do juro básico norte-americano”. Se isso acontecer, haverá fuga de dólares de economias emergentes, como a do Brasil, em direção à segurança dos títulos americanos. Com menos oferta local, a tendência é de aumento de preço. O real tende a ficar depreciado em relação ao dólar. 

A outra pressão é interna. O Brasil tem o terceiro maior déficit em transações correntes do mundo, com um saldo negativo de US$ 84,4 bilhões (em 12 meses até outubro), equivalente a 3,73% do PIB. “Quando isso acontece, historicamente sempre há depreciação cambial necessária para dar a recuperação na balança comercial. Ou seja, o real tem de ser depreciado para melhorar as exportações e trazermos saldo”, avalia Lima. 

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