Atualizada às 11h17
Os funcionários do consórcio Coeg realizam uma paralisação na Refinaria Abreu e Lima, no Complexo Industrial de Suape, na manhã desta terça-feira (13). Formado pelas empresas Conduto e Egesa, o consórcio demitiu cerca de 500 trabalhadores e, destes, 337 ainda não receberam a rescisão do contrato. A crise financeira também afetou alguns funcionários que ainda estão em atividade. Eles estão sem receber o salário de dezembro, a segunda parcela do décimo terceiro salário e a cesta básica. O plano de saúde desses operários também foi cortado.
Por volta das 7h, cerca de 300 trabalhadores do consórcio que continuam trabalhando em Suape deflagram greve até que a situação seja regularizada, em solidariedade aos colegas demitidos. “Os funcionários demitidos deveriam ter recebido no dia 14 de dezembro. O pagamento foi adiado para o dia 18, 28, e por fim 15 de janeiro. Mas, ontem [segunda-feira], o gerente disse que não tinha como pagar porque a Petrobras não repassou a verba”, explica Leodelson Bastos, assessor de crise do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplenagem em Geral no Estado de Pernambuco (Sintepav-PE).
Em nota, a Petrobras informou "estar adimplente quanto a todas as suas obrigações contratuais com o Consórcio COEG" e disse estar atenta aos atrasos no pagamento dos trabalhadores desligados, mas reafirma que a responsabilidade pelas obrigações trabalhistas é das empresas contratadas para execução dos serviços. A estatal informa ainda que "o carregamento de nafta petroquímica da Refinaria Abreu e Lima (RNEST) no Porto de Suape está ocorrendo conforme programado, sem interrupções".
Está marcada para essa quarta-feira (14) uma passeata da Refinaria até o centro do município de Ipojuca. “ Vamos nos deslocar até Ipojuca sem bloquear a via, mas isso deve gerar algum engarrafamento”, conta Leodelson. A caminhada deve ser realizada no início da manhã e passar pela Rota do Atlântico.
A redação do JC Online tentou entrar em contato com o Consórcio Coeg, mas, até o momento, não obteve resposta. O mesmo aconteceu nas tentativas de entrar em contato com a Egesa.
O Sintepav-PE ainda luta na justiça pelos trabalhadores das empresas Engevix, Alusa e consorciados, que continuam com salários atrasados.