SÃO PAULO, SP - O principal índice da Bolsa brasileira fechou em alta nesta quinta-feira (15), influenciado pelo forte ganho das ações de Petrobras, após a companhia ter confirmado na véspera que pode apresentar seu balanço não auditado em 27 de janeiro, caso a divulgação seja aprovada pelo conselho, em reunião que ocorrerá na mesma data.
A valorização do Ibovespa foi de 0,80%, para 48.028 pontos. O índice chegou a subir mais de 2% ao longo do dia, mas perdeu força por causa da virada dos bancos, que fecharam no vermelho após terem avançado fortemente durante boa parte do pregão. O volume financeiro foi de R$ 6,921 bilhões.
A ação preferencial da Petrobras, sem direito a voto, ganhou 7,32%, para R$ 9,38, enquanto a ordinária, com direito a voto, mostrou avanço de 8,82%, para R$ 9,25. No ano, o desempenho dos papéis, no entanto, segue negativo. Além do escândalo de corrupção envolvendo a estatal, a companhia também tem sofrido com a forte desvalorização dos preços do petróleo no exterior.
"Há investidor estrangeiro entrando no Brasil. Tivemos dados não muito convincentes de emprego na economia americana e o relatório do Banco Mundial falando em crescimento global menor, na véspera. Isso tende a deixar os bancos centrais pelo mundo mais expansionistas ou atrasar o aumento dos juros nos EUA. Estrangeiros continuam procurando retornos atraentes", diz Ignacio Rey, analista da Guide Investimentos.
CÂMBIO
No câmbio, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, subiu 0,73%, a R$ 2,634. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, avançou 0,76%, para R$ 2,643. A moeda americana chegou a atingir R$ 2,59 ao longo do dia, mas voltou a subir durante a tarde porque o baixo valor da cotação, segundo operadores, atraiu muitos compradores ao mercado de câmbio.
A queda mais cedo refletiu a percepção de que os juros nos Estados Unidos devem demorar um pouco mais para voltar a subir, após a divulgação do Livro Bege do Fed (banco central americano), na véspera. Operadores citaram ainda que há um otimismo em relação a efetividade da medidas de ajuste fiscal promovidas pela nova equipe econômica do governo.
Esse cenário se sobrepôs à surpresa do banco central suíço, que retirou nesta quinta-feira a taxa mínima de 1,2 franco em relação ao euro, permitindo a cotação da moeda flutuar livremente. O limite existia havia mais de três anos. Minutos após o anúncio, o franco suíço saltou quase 30% em valor contra o euro.
O Banco Central do Brasil deu continuidade ao seu programa de intervenções diárias no câmbio, por meio do leilão de 2.000 contratos de swap cambial (operação que equivale a uma venda futura de dólares), por US$ 98 milhões.
A autoridade também promoveu um outro leilão para rolar 10 mil contratos de swap que venceriam em 2 de fevereiro, por US$ 487,9 milhões. Até o momento, o BC já rolou cerca de 42% do lote total com prazo para o segundo dia do mês que vem, equivalente a US$ 10,405 bilhões.