Indústria fecha ano com queda de 3,2%, pior resultado desde 2009

Foi a perda mais intensa desde 2009, quando o país sofria com os efeitos do auge da crise global e o setor registrou um tombo de 7,1%
Da Folhapress
Publicado em 03/02/2015 às 10:04
Foi a perda mais intensa desde 2009, quando o país sofria com os efeitos do auge da crise global e o setor registrou um tombo de 7,1% Foto: Foto: Comunicação / Volkswagen do Brasil


Sob impacto, principalmente, da forte redução do setor automotivo, a indústria fechou o ano de 2014 com queda de 3,2% na produção.

Foi a perda mais intensa desde 2009, quando o país sofria com os efeitos do auge da crise global e o setor registrou um tombo de 7,1%.

Trata-se ainda da primeira taxa negativa desde 2012 (2,3%). Em 2013, a indústria registrou um avanço de 2,1%. Os dados foram divulgados pelo IBGE na manhã desta terça-feira (3).

Em dezembro, a produção fabril manteve a tendência de novembro e seguiu no vermelho, com perda de 2,8%.

Em novembro, a indústria registrou queda de 1,1%, dado revisado para baixo, originalmente estimado em -0,7%.

Na comparação com dezembro de 2013, as fábricas produziram -2,7%, segundo o IBGE.

Com o ritmo até novembro, já era praticamente certo que o setor industrial fecharia o ano com o mais fraco desempenho desde 2009.

Dentre os motivos para tão fraco resultado, estão o acúmulo de estoques em importantes setores, como veículos, e consumidores e empresários mais pessimistas com o cenário econômico -o que posterga decisões de compras e investimentos.

Para se ajustar à demanda mais fraca, a indústria pisou no freio e cortou a produção a fim de evitar mais estoques indesejados, movimento mais forte no último trimestre do ano.

Com esse quadro, algumas empresas já adotaram medidas como demissões, corte de turnos, suspensão de contratos de trabalho ou férias coletivas para lidar com a conjuntura desfavorável.

Pesaram ainda na queda da produção fatores como inflação em alta, custo maior com energia (algumas fábricas decidiram parar para não ter prejuízo), invasão de produtos importados num período de fraca demanda mundial e exportações em declínio.

SETORES

A recessão da indústria em 2014 foi disseminada e atingiu 20 dos 26 setores pesquisados pelo IBGE.

A perda de maior impacto na taxa geral da indústria veio de veículos, com forte retração de 16,8%, a maior da nova série da pesquisa de indústria, inciada em 2013. Trata-se do segundo segmento de maior peso na indústria, atrás apenas de alimentos.

O setor de veículos teve esse fraco desempenho a despeito das medidas de estímulo do governo, com a redução do IPI que vigorou na maior parte do ano como o mesmo desconto praticado em anos anteriores -um redução gradual do benefício só veio a partir do segundo trimestre.

Também puxaram o setor industrial para baixo as quedas de produtos de metal (-9,8%), metalurgia (-7,4%), máquinas e aparelhos elétricos (-7,2%), máquinas e equipamentos (-5,9%) e outros produtos químicos (-3,6%).

Até mesmo a indústria de alimentos, que, em geral, resiste mais em períodos de crises por produzir bens de primeira necessidade registrou perda de 1,4% em 2014.

Entre as poucas altas, destacaram-se apenas a indústria extrativa (5,7%) -esta puxada pela retomada do crescimento da produção de petróleo da Petrobras e a expansão da extração de minério de ferro- e o refino de petróleo e a produção de álcool (2,4%).

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