Confiança do comércio cai 14,6% e se aproxima da zona negativa

Os dados apontam como principal responsável pela queda anual da confiança a avaliação do empresários com relação às condições correntes da economia
Da ABr
Publicado em 05/03/2015 às 12:02
Os dados apontam como principal responsável pela queda anual da confiança a avaliação do empresários com relação às condições correntes da economia Foto: Foto: JC Imagem


O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) recuou 14,6% em fevereiro deste ano, comparativamente a fevereiro do ano passado, atingindo 100,6 pontos e ficando perto do campo negativo: menos de 100 pontos.

Pela metodologia da pesquisa da CNC, se o índice registrar acima de 100 pontos, isso significa que há mais empresários com percepções positivas do que negativas da economia. Menos de 100 significa o contrário, ou seja, que há maioria de empresários com percepções negativas da conjuntura econômica.

O indicador foi divulgado, nesta quinta-feira (5), pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Segundo os dados divulgados, oito dos nove subíndices que medem as expectativas dos empresários chegaram ao seu menor patamar na série histórica, iniciada em março de 2011.

Os dados apontam como principal responsável pela queda anual da confiança a avaliação do empresários com relação às condições correntes da economia. Em fevereiro, quatro em cada cinco empresários do setor (79,8%) consideram que a economia piorou.

A pesquisa revela um empresariado mais cauteloso e menos propenso a investir. Para 47,1% dos entrevistados, o realinhamento das atividades do setor ao menor ritmo de crescimento das vendas justifica esta contração.

Para o economista da CNC Fabio Bentes, uma conjuntura de fatores leva ao aumento do pessimismo crescente no setor. “A menor expectativa em relação ao crescimento real da receita do setor, a elevação dos gastos a partir dos reajustes de tarifas públicas e o encarecimento do crédito deverão levar os empresários a ações mais cautelosas ao longo do ano”, diz.

A desaceleração do mercado de trabalho, o encarecimento do crédito e a inflação, levaram a CNC a revisar as previsões do crescimento do volume de vendas do setor de 2,4% para 1,7% ao final de 2015. De acordo com a CNC, a se confirmar essa projeção, esse seria “o pior resultado dos últimos 12 anos”, uma vez que em 2003 o volume de vendas no varejo caiu 3,7%.

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) é um indicador antecedente, apurado exclusivamente entre os tomadores de decisão das empresas do varejo. O objetivo é detectar as tendências das ações empresárias do setor do ponto de vista do empresário. A amostra é composta por aproximadamente 6 mil empresas situadas em todas as capitais do país. Os índices, apurados mensalmente, apresentam dispersões que variam de zero a duzentos pontos.

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