As vendas de materiais de construção no setor atacadista caíram 16,4% em fevereiro último, na comparação com o mesmo período do ano passado, e 6,4% na comparação com janeiro. Nos dois primeiros meses do ano, os negócios diminuíram 13,9% comparado ao primeiro bimestre do ano passado e, no acumulado de 12 meses (de março de 2014 a fevereiro deste ano), houve retração de 9,2%.
Os dados são da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat). Segundo o levantamento, os recuos em relação a janeiro foram maiores no escoamento dos materiais básicos (-7,6%) já descontados os efeitos da inflação no período. Os itens para acabamento tiveram 3,3% menos procura.
Em 12 meses, os materiais básicos apresentaram queda de 11%, enquanto os itens para acabamento tiveram recuo de 6,5%. A pesquisa mostra ainda que o emprego também caiu 10,2% nas empresas do setor, na comparação com fevereiro de 2014. Em comparação a janeiro deste ano, o nível foi 0,3% menor.
Por meio de nota, o presidente da entidade, Walter Cover, informou que o resultado ficou “aquém do esperado”. Ele manteve a expectativa de crescimento das vendas em 1% neste ano. No entanto, advertiu que essa expansão foi calculada prevendo, entre outros pontos, o crescimento dos investimentos do Programa Minha Casa, Minha Vida e com base em alguns incentivos ao setor como, por exemplo, a desoneração da folha de pagamento.
No último dia 20, o governo federal encaminhou ao Congresso Nacional um projeto de lei com o mesmo teor da Medida Provisória (MP) 669, devolvida ao Executivo no início do mês, propondo a elevação das alíquotas da contribuição previdenciária de empresas.
A meta de crescimento do setor deve ser reavaliada após o fechamento do desempenho de março, informou a Abramat.