Acionistas da Petrobras aprovaram, nesta segunda-feira (25), por 72,06% dos votos presentes, as contas da empresa referentes a 2014, quando registrou prejuízo de R$ 21,6 bilhões. Outros 7,2% votaram contra e 20,74% se abstiveram de votar.
A perda foi decorrente, principalmente, da baixa de R$ 6,2 bilhões atribuída a corrupção, R$ 44,6 bilhões referentes a reavaliação de ativos e R$ 2,8 bilhões a baixas pela desistência de construir as refinarias Premium 1 e 2, no Maranhão e no Ceará, que estavam na fase inicial de implantação.
Pela dificuldade de fazer a conta da corrupção, relativas às denúncias reveladas pela Operação Lava Jato, a Petrobras atrasou a divulgação do balanço em 22 dias, tendo apresentado-a no dia 22 de abril.
Também foi aprovado o não pagamento de dividendos, conforme a Petrobras havia proposto. A justificativa da empresa é que, sem lucro, não há dividendo a ser pago.
No capital da Petrobras, a União detém 50,3% das ações ordinárias, com direito a voto, BNDES têm outros 10,1%, e a Previ (fundo de pensão do Banco do Brasil), outros 0,17%.
Muitos acionistas minoritários reclamaram da decisão, alegando que havia recursos em contas de reserva de lucros de anos anteriores. Representantes da empresa justificaram, porém, que o valor era meramente contábil, e que investimentos haviam sido feitos com os recursos.
Dois fundos de investimento haviam pedido à CVM a suspensão da assembleia e pediram que a autarquia analisasse a proposta de não pagamento de remuneração aos acionistas.
A CVM entendeu que não há irregularidade na proposta de não pagamento de dividendos e que, por isso, a assembleia deveria ser realizada.